28 Dez 2010 - Responsáveis americanos da luta anti-terrorista consideram que as incursões nos santuários terroristas permitiram a redução de actos terroristas.
Os mesmos consideram entretanto que a natureza das ameaças terroristas mudou significativamente desde 2001.
Alguns analistas afirmam que os Estados Unidos têm tido alguma sorte em prevenir sérios e inúmeros ataques terroristas desde o ataque aéreo de 2001 contra World Trade Center e o Pentágono.
No passado 25 de Dezembro, Umar Farouk Abdulmutallab tentou accionar uma bomba escondida na sua roupa interior, num voo entre Amsterdam e Detroit, no Michigan, mas o engenho não funcionou. Acto semelhante aconteceu a 21 de Junho, na Time Square em Nova Iorque, quando bombas colocadas num carro não chegaram a ser detonadas. E finalmente em Outubro bombas dissimuladas em cartuchos de impressoras foram descobertas em dois aviões antes que pudessem ter sido activadas.
Numa recente declaração pública, o Director do Centro Nacional de Contra-terrorismo, Michael Leiter disse que medidas anti-terroristas agressivas reduziram mas não eliminaram as ameaças.
“Apesar dos desafios que enfrentamos, temos feito melhorias significativas. E o resultado disto é que, a meu ver, as ameaças das mais severas e mais complicadas, baixaram hoje em relação a 2001. Tenho que sublinhar no entanto, que essas ameaças não acabaram.”
Leiter adianta contudo ser admissível, que os terroristas poderão um dia irão ser bem sucedidos nos seus ataques. Como quem diz, todo cuidado é pouco.
“Tenho dedicado o meu tempo ao Centro Nacional Contra-Terrorismo, e a nossa organização dedica-se a tentar prevenir isso tudo. Mas temos que ser honesto em dizer que alguma coisa irá acontecer. E nesta era, são cada vez mais complicadas e diversas as ameaças, quer seja em baixa escala e que incluem indivíduos que têm sido radicalizados aqui no território americano. E por isso, os ataques tornaram-se ainda mais difíceis de prevenir.”
Responsáveis e analistas da luta anti-terrorista dizem haver novas e mais descentralizadas tácticas da al-Qaida. Essas operações são cada vez menos controladas directamente pelos líderes dessa organização terrorista. Além disso, o aumento ainda que reduzido de número de radicais nos Estados Unidos, não tem facilitado os serviços competentes em detecta-las.
O antigo director adjunto da CIA John McLaughlin diz que enquanto os controlos dos aeroportos e dos serviços de imigração foram reforçados, a al-Qaida e os grupos inspirados pelas suas ideologias, procuram radicalizar os cidadãos americanos ou residentes.
“Eles estudaram as nossas vulnerabilidades. E em seguida perceberam das suas próprias incapacidades, porque sabem que apanhamos-lhes durante as viagens ou nas comunicações. Por isso mesmo recorreram ao uso de aviões cargueiros. Evitaram que fossem apanhados durante as viagens em que usam passaportes as vezes, falsos. Por esta razão assistimos o recurso ao uso de cidadãos americanos.”
McLaughlin diz acreditar que ameaça terrorista perdeu em certa medida a sua dimensão religiosa.
Tanto o antigo director adjunto da CIA como o director do Centro Nacional Contra-Terrorismo concordam que o FBI tem melhorado as suas operações secretas e eliminando os potenciais ataques terroristas.
Acredita-se que os líderes da al-Qaida ainda se encontram escondidos nas terras remotas e tribais do Paquistão. Descrito como berço da al-Qaida, o Iémen tornou-se num proeminente centro terrorista, o que tem conduzido os serviços de inteligência americanos a desenharem novas formas de percepção e de aproximação ao país.
O Director do Centro Nacional de Contra-Terrorismo diz que alguns grupos se surgiram e inspirando-se das ideologias da al-Qaida sem no entanto ter que seguir os seus líderes.