Washington, 07 Dez - Analistas afirmam que o novo Congresso muito provavelmente estará mais disposto a assinar tratados comerciais, de carácter bilateral, com os parceiros estrangeiros, mas menos disposto a apoiar iniciativas internacionais multilaterais.
Quando este Congresso encerrar as suas sessões dentro das próximas semanas, muitas das iniciativas internacionais serão abandonadas, tais como tratados de defesa dos direitos das mulheres e das crianças, a lei do mar, entre outros, no calendário das Nações Unidas.
Brett Schaefer, analista da Heritage Foundation, em Washington, disse duvidar se as iniciativas internacionais poderão ser reintegradas no calendário do próximo Congresso, que parece virá a ser mais conservador do que este.
“As probabilidades dos Estados Unidos promoverem a ratificação de tratados multilaterais eram maiores na composição do Senado anterior, quando os Democratas tinham 60 senadores, e ainda alguns republicanos moderados. Esta equação está reduzida tanto para os democratas como para os republicanos, depois das últimas eleições.”
Cai nesta categoria, o Tratado START, sobre a redução armas nucleares, assinado com a Rússia e que a Administração Obama desejaria que fosse ratificado ainda este ano, antes do novo Congresso entrar em função, quando Obama iria necessitar de 14 votos republicanos, em vez de 9 neste Congresso.
Outro tratado que cairá vítima do xadrez da votação no Congresso é o tratado das mudanças climáticas, em que o Presidente Obama tem manifestado uma redução em 17 por cento das emissões dos gases de carbono, ligeiramente abaixo das percentagens de 2005,assunto esse na agenda da conferência climática em Cancun, no México. Neste contexto se também o Acordo de Kyoto e outros tratados climáticos em que o governo americano está menos interessado afirmando alguns legisladores americanos que a multiplicidade das partes envolvidas e os respectivos interesses, poderiam, neste caso, reduzir as iniciativas do sector privado da economia americana.
Todavia, apesar das diferenças que existem as convenções multilaterais, poderão ter um denominador comum que os possa tornar objecto de interesse comum tanto da Administração Obama como da nova liderança republicana do novo Congresso, tratando-se sobretudo de tratados de interesses comerciais. Dan Ikenson, Director de Estudos Políticos do Instituto Cato, em Washington, afirma que o novo Congresso e a administração Obama podem encontrar uma solução de compromisso no que respeita à Colômbia, Panamá e Coreia do Sul.
“As perspectivas para tratados comerciais são agora melhores com o novo Congresso republicano, tratados em que o Presidente e os republicanos podem estar de acordo, tais como os da Parceira Transpacífica com Brunei, Nova Zelândia, Chile e Singapura em que participam os Estados Unidos, o Vietname, o Peru e a Malásia, tratados esses que não defendem a politica comercial da administração anterior de George Bush, que dão lugar a manobras nas discussões com o Congresso.”
De notar, no entanto, que a nova Câmara dos Representantes constitui a melhor esperança da Administração Obama no que se refere a novos acordos comerciais com os parceiros estrangeiros, que tomam, quase todos, em consideração a importância do papel dos Estados Unidos e o seu impacto na sua politica economia interna.
Entretanto, analistas afirmam também que no próximo ano fiscal haverá que tomar em conta ainda corte orçamentais que irão afectar a expansão económica americana além das pressões aqui apontadas.