Washington,23 Dez, 2010 - Uma das questões centrais da política externa da administração Obama é o conflito no Afeganistão. A mais recente revisão da estratégia da administração Obama para o Afeganistão indica que as tropas americanas irão começar a sua retirada em Julho do próximo ano. O objectivo é transferir as operações de combate para as forças de segurança afegãs até ao fim de 2014, se a situação no terreno o permitir.
Ao apresentar a revisão da sua estratégia, o presidente Barack Obama disse recentemente querer garantir que os afegãos vão assumir a responsabilidade, enquanto os EUA irão continuar a centrar a sua atenção no treino das forças nacionais afegãs.
Disse Obama: “Os objectivos estabelecidos para o crescimento das forças de segurança afegãs estão a ser atingidos. E porque o contributo de instrutores adicionais dos nossos parceiros da coligação, estou confiantes que iremos continuar a atingir os nossos objectivos”.
Mas, o general dos “marines” na reforma, Anthony Zinni, afirma que a situação da instrução militar no Afeganistão não é totalmente positiva. Disse ele: “O treino militar está provavelmente a correr bem tanto quanto posso perceber, mas ainda há um longo percurso ainda a percorrer. O treino da polícia é preocupante. Acho que se deveria haver um maior investimento. Penso haver necessidade de haver um acompanhamento. Há problemas, penso, em termos das patentes não apenas em termos de qualidade e desempenho para garantir que não haja corrupção, mas também no seu relacionamento com a população e isso não tem corrido bem”.
O general Zini e outros afirmam que o problema principal no Afeganistão é uma corrupção em grande escala, que não será fácil cortar pela raiz.
O antigo Secretário de Estado, Lawrence Eagleaburger, que fez parte do governo do presidente George H Bush, em 1992, concorda que combater a corrupção no Afeganistão é uma aposta difícil: “Não há garantia de que o poderemos fazer. Temos enfrentado situações de certa forma idênticas no passado noutros países. Mas é uma tarefa hercúlea e não posso garantir que iremos concretizá-la facilmente”.
Eagleburger também questiona se o presidente afegão, Hamid Karzai, será capaz de combater a corrupção ou se será capaz de governar o país e se será um parceiro fiável para os EUA. Eagleburger questiona-se também sobre se os EUA estarão a investir demasiado dinheiro e demasiadas vidas no Afeganistão.
Por seu lado, o general na reforma Zinni diz que, para que haja sucesso no Afeganistão, terá que existir naquele país um governo razoável com forças de seguranças capazes de combater.