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O Afeganistão em 2010


O Afeganistão em 2010
O Afeganistão em 2010

O ano de dois mil e dez foi um ano de transformação das iniciativas dos Estados Unidos no Afeganistão. Trinta mil tropas americanas adicionais e milhares de civis chegaram ao Afeganistão para aplicar a estratégia do presidente Barack Obama no sentido de vencer um conflito que já se arrasta há nove anos.

O actual comandante das tropas norte americanas e da NATO no Afeganistão, o general David Petraeus, que chefia 98 mil militares dos Estados Unidos e mais 48 mil de países da coligação, indicou terem sido feitos progressos na luta contra os Talibã e outros militantes.

2010 foi um ano mortífero na guerra do Afeganistão. A violência e as baixas aumentaram. Ainda assim o secretário da defesa Robert Gates manifestou-se satisfeito após a visita que efectuou ao Afeganistão em Dezembro.

“Nos últimos doze meses avançámos muito, progresso evidente que mesmo nos últimos meses excedeu as minhas expectativas”.

Gates admitiu que os progressos obtidos em algumas regiões não significa progresso no sentido da segurança e prosperidade noutras áreas do país.

Ao anunciar os resultados da revisão anual, o Presidente Obama sublinhou estar a dar resultados a utilização do sector militar para perseguir os rebeldes radicais e para treinar as forças afegãs, bem como os civis internacionais para ajudarem à governação.

“Posso informar que graças ao serviço extraordinário das nossas tropas e do pessoal civil no terreno estamos a caminho de cumprir os nossos objectivos”.

Mesmo assim o presidente classificou o progresso alcançado de frágil e reversível, tendo renovado os apelos feitos no sentido de estabelecer segurança em zonas chaves, e pressionar o Paquistão a ter maior acção contra os rebeldes que se encontram no seu lado da fronteira comum.

O ano de 2010 não foi fácil para o presidente tendo em Junho aceite a demissão do general Stanley McChrystal com comandante da Força Internacional de Segurança no Afeganistão.

A demissão de McChrystal ficou a dever-se a comentários feitos pelo general e elementos do seu pessoal à revista Rolling Stone.

Obama não teve necessidade de procurar muito para encontrar um sucessor, no general David Petraeus que fora comandante das Forças dos Estados Unidos no Médio Oriente e na Ásia Central, e tinha desenvolvido uma estratégia de contra terrorismo que deu volta à guerra no Iraque.

No final do ano, o general Petraeus reclamava progresso no Afeganistao.

“É nossa opinião que obtivemos a contenção dos Talibã em muitas áreas do Afeganistão, mas não na sua totalidade”.

Na revisão anual o presidente confirmou que irá dar inicio à retirada das tropas dos Estados Unidos em Julho do próximo.

No entanto Obama e outros dirigentes da NATO, e ainda o presidente afegão Hamid Karzai, reconheceram que o Afeganistão não será capaz de assumir a totalidade da responsabilidade pela sua segurança até ao ano de 2014.

Até mesmo depois daquela data, as autoridades esperam que o Afeganistão venha a necessitar de assistência na segurança, bem como de maior treino para o sector, a polícia e os burocratas.

O presidente Obama reconheceu que o Paquistão tem feito muito para eliminar as zonas de refúgio dos rebeldes mas que ainda muita mais necessita de ser feito para assegurar o progresso.

Os analistas estão de acordo com esta avaliação, como referiu o tenente general do Exercito David Barno, que comandou as tropas americanas no Afeganistão entre os anos de 2003 e 2004.

“Necessitamos de fazer tudo o que seja possível para apoiar o governo paquistanês a eliminar tais santuários, e necessitamos de exercer maior pressão sobre eles”.

No entanto com o nível das baixas a atingir o ponto mais alto – mais de 500 no último ano – a nova estratégia deve ter de apresentar resultados significativos ate meio de 2011 para manter o apoio não apenas do presidente bem como do povo americano.

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