24 Jan 2011 - Facções palestinianas expressaram irritação depois da estação de televisão al-Jazeera ter feito referência a centenas de documentos confidenciais que indicam que negociadores palestinianos estavam dispostos a fazer concessões significativas a Israel durante negociações em 2008.
Os documentos divulgados pela al-Jazeera indicam que os palestinianos estavam prontos para fazer concessões em assuntos chave como Jerusalém e os refugiados.
Sobre um dos mais sensíveis assuntos, a al-Jazeera cita documentos afirmando que os negociadores palestinianos propuseram autorizar o complexo que engloba a Mesquita al-Aqsa, o terceiro local mais sagrado do Islão, a ficar temporariamente sob controlo internacional enquanto não for alcançado um acordo definitivo.
O movimento palestiniano Fatah, em Jerusalém, está entre as facções que reagiram com irritação às notícias. O seu líder, Hatem Abdel Khader, disse a uma rádio palestiniana
que essa área é o local mais importante para os muçulmanos árabes em Jerusalém e que ninguém tem o direito de desistir da terra, porque o seu solo é sagrado para o Islão.
Funcionários palestinianos negaram as informações e pediram uma verificação independente dos documentos, que um destacado funcionário descreveu como estando cheio de erros e meias verdades.
Os Estados Unidos, um mediador nas negociações, afirmaram que Washington não podia garantir a veracidade dos documentos.
Os documentos contêm alegadamente detalhes de discussões confidenciais entre israelitas, palestinianos e funcionários norte-americanos, incluindo alguns que os palestinianos sugerem estarem dispostos a desistir de grandes secções de território em Jerusalém e dois por cento da Margem Ocidental.
As notícias sobre os documentos despoletaram a frustração que muitos palestinianos sentem sobre o fracasso da liderança do presidente Mahmoud Abbas de alcançar um acordo para pôr termo à ocupação israelita.
O Hamas, o grupo militante islâmico rival que governa a Faixa de Gaza, disse que os documentos citados pela al-Jazeera mostram que a liderança palestiniana sob Abbas rendeu-se a Israel.