24 Jan 2011 - A Human Rights Watch acusou hoje os governos democráticos do ocidente de terem falhado em confrontar os seus parceiros com as questões de violação dos direitos humanos.
O Relatório Mundial 2011 dos direitos humanos diz que os campeões da democracia não têm levantado a voz para por fim aos abusos de alguns líderes e governos no mundo.
Tom Porteous é o director do gabinete da Human Rights Watch em Londres, e foi ele quem apresentou hoje o vigésimo primeiro relatório anual global da situação dos direitos humanos.
“Esforços governamentais de promoção da democracia e dos direitos básicos, estão a ser incapaz em pressionar os governos onde de forma ilustrada estão a ocorrer abusos dos direitos humanos.”
O relatório aponta o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, a chefe de política externa da União Europeia, Catherine Ashton, e o presidente americano, Barack Obama como figuras chaves no plano internacional que no seu entender são incapazes em promover a democracia.
Porteous diz que aqueles que tradicionalmente tinham se engajado pelos direitos humanos, estão a ceder, e esta é uma das razoes da mudança da ordem mundial.
“Estamos a viver agora num mundo multi-polar onde as democracias ocidentais estão a assistir o declínio de suas influências por razoes política e económicas, mas também temos visto países democráticos do ocidente envolvidos em sérios casos de abusos dos direitos humanos nos últimos dez anos, e por conseguinte, estão em declínio as suas legitimidades e confiança como promotores desses valores.”
Tom Porteous diz por exemplo que medidas anti-terroristas nos Estados Unidos e na Europa conduziram a abusos dos direitos humanos.
E no caso particular da Europa, a descriminação contra minorias tem sido um problema em crescendo. Nos últimos dez anos adianta a Human Rights Watch, numerosos países europeus oprimiram as populações ciganas, e foram largamente criticados por grupos dos direitos humanos.
A Human Rights Watch apresenta uma lista de países como o Irão, a Birmânia, a Coreia do Norte, o Iémen e o Zimbabué, onde os governos são descritos como maiores violadores dos direitos humanos.
A mesma organização diz ainda que na China tem havido violações dos direitos humanos, mas as democracias ocidentais são incapazes em pressionar para a mudança.
O director da Human Rights Watch disse que em África, particularmente no Ruanda e na Etiópia tem-se assistido a um acentuar da repressão nos últimos anos.