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Coreia do Norte: Documento secreto revela reorganização do partido no poder


O líder norte-coreano, Kim Jong Ill, de fato cinzento, está doente e parece preparar o seu filho para a sucessão
O líder norte-coreano, Kim Jong Ill, de fato cinzento, está doente e parece preparar o seu filho para a sucessão

Foram revistos os estatutos do Partido dos Trabalhadores, e o futuro líder terá lugar chave na chefia das forças armadas

24 Jan 2011 - A Coreia do Norte procedeu a revisão dos estatutos do seu único partido político, aparentemente para assegurar uma transição sem sobressaltos do poder de pai para o filho.

O correspondente da Voz da América em Seoul, Steve Herman, obteve uma cópia do novo estatuto que ainda não foi publicado fora do território norte-coreano.

Segundo o despacho de Steve Herman, o novo estatuto do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, parece ser um plano de acção do presidente Kim Jong Il que deverá ser sucedido pelo seu filho, Kim Jong Un.

A data de revisão do estatuto é de 28 de Setembro do ano passado, altura em que representantes do partido reuniram-se em Pyongyang. No dia seguinte, a agência estatal de notícias norte-coreana publicava a notícia segundo a qual, o estatuto do partido dos trabalhadores tinha sido revisto, com vista a reforçar a sua liderança e elevar o seu papel dentro das forças armadas.

Mas não foram revelados os detalhes, nem a data da sua publicação.

Especialistas na Coreia do Norte, incluindo alguns membros dos serviços de inteligência, que tiveram o acesso a cópia do estatuto revisto, afirmam não haver razões para duvidar sobre a autenticidade do documento.

Membros do governo e académicos em Seoul, dizem que uma das mudanças operados no estatuto, visa permitir ao líder do partido dirigir igualmente a Comissão Militar Central. Kim Jong Un, um jovem de vinte e pouco anos, deverá co-presidir a comissão militar, ao lado do Chefe das Forças Armadas, o vice-marechal de 68 anos Ri Yong Ho.

Cheong Seong-chang um especialista do Instituto Sejong de Seoul, diz que a mudança de estatutos vai permitir a Kim Jong Un uma completa autoridade para controlar as forças armadas e o país, em caso da morte súbita do seu pai.

Pyongyang continua a dispor de um dos maiores exércitos no mundo, com mais de um milhão de homens. A Coreia do Norte está a desenvolver igualmente armas nucleares, apesar de apelos internacionais para abandonar o projecto.

Balbina Hwang uma antiga conselheira do Departamento do Estado para questões norte-coreanas e actualmente professora na Universidade de Defesa Nacional em Washington, disse que a revisão do estatuto partidário vem provar que nada de importante se passa dentro do partido dos trabalhadores.

Ela disse é um governo que dispõe de instituições e de leis, embora se pense que seja dirigido por uma autoridade omnipotente. Adiantou ainda, haver de facto políticas domésticas, como em qualquer outra sociedade. Não é monolítico, e existem diferentes grupos de interesse, concluiu a especialista.

Kim Jong Un, o filho mais novo do presidente norte-coreano, uma figura desconhecida internamente até ao ano passado, emergiu politicamente quando foi promovido para a categoria de general de quatro estrelas. Desde então a imprensa estatal tem frequentemente mostrado o novo líder ao lado do seu pai, nos principais eventos do país.

A maioria dos norte-coreanos vai ter ainda que aprender acerca das mudanças dos estatutos dos trabalhadores. A imprensa estatal, que difunde para o exterior, ainda não detalhou as alterações feitas à carta magna do único partido político norte-coreano.

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