Ouattara oferece a Gbagbo a "última oportunidade"

  • Paulo Oliveira

Ouattara oferece a Gbagbo a "última oportunidade"

A oferta seguiu-se a recomendações feitas pela União Africana

O vencedor do sufrágio presidencial na Costa do Marfim, certificado pelas Nações Unidas, revelou ter dado ao presidente cessante uma “última hipótese” de ceder o poder e resolver pacificamente a crise política do país.

O antigo primeiro-ministro Alassane Ouattara indicou ter oferecido a Laurent Gbagbo uma comissão da Verdade e Reconciliação, um governo de unidade nacional e umas forças armadas combinadas, numa tentativa de evitar que a Costa do Marfim regresse à guerra civil.

A oferta seguiu-se a recomendações feitas pela União Africana, que certificou a semana passada Ouattara como sendo o vencedor do sufrágio presidencial de Novembro passado.

A oferta foi apresentada durante uma intervenção pela televisão, transmitida desde o hotel onde se encontra guardado por elementos da força de pacificação da ONU.

Ouattara indicou ao presidente Gbagbo que, no melhor interesse da nação, tinha chegado a altura de respeitar a vontade dos eleitores marfinenses e apelar para os grupos da sociedade civil, responsáveis religiosos, dirigentes da África Ocidental, da União Europeia, dos Estados Unidos e as Nações Unidas.

Ouattara sublinhou que Gbagbo deve compreender que, para ele próprio e os seus associados, esta é a ultima hipótese para uma saída pacífica e honrosa.

Ouattara sustentou ser esta a responsabilidade pessoal de Gbagbo.

Gbagbo tem se recusado a ceder o poder por sustentar ter sido reeleito pelo conselho constitucional que anulou, por alegada fraude, quase dez por cento dos votos escrutinados.

Semanas de confrontos registados em Abijan, estão a estender-se das zonas de Ouattara para as áreas de Gbagbo.

Registam-se igualmente confrontos próximo da fronteira com a Libéria, entre rebeldes que apoiam Ouattara e tropas governamentais que se mantêm fiéis a Gbagbo.

Ouattara considerou imperioso que todos os marfinenses aprendam a viver em paz. Ouattar sustentou que a reconciliação na Costa do Marfim deve ser acompanhada do perdão e do respeito mútuo, e que para tal deve ser formada rapidamente uma comissão da Verdade e da Reconciliação.