Dois influentes senadores americanos pediram à administração Obama para reconhecer a oposição líbia, tal como fez a França, e impor uma zona de exclusão aérea para ajudar os rebeldes a enfrentar as forças leais ao líder Moammar Gadhafi.
Os senadores John McCain e Joe Lieberman introduziram uma resolução na segunda-feira apelando para uma rápida intervenção dos Estados Unidos na Líbia.
O senador republicano John McCain, do Arizona, afirmou que a situação na Líbia está cada vez mais terrível, com os opositores do coronel Gadhafi e seus apoiantes a lutarem pela sua própria sobrevivência, enquanto Gadhafi desencadeia uma campanha de violência impiedosa contra o povo líbio, incluindo civis não combatentes, usando para tal todos os instrumentos à sua disposição.
Falando no Senado, McCain disse que os Estados Unidos não podem continuar à margem do conflito e a ver Gadhafi reafirmar o controlo sobre a Líbia:
“Em primeiro lugar, o presidente Barack Obama deve reconhecer o Conselho Nacional de Transição da Líbia, baseado em Benghazi mas representativo de todas as comunidades através do país, como a única autoridade governamental legítima da Líbia, tal como fez a França. Em segundo lugar o presidente deve tomar passos imediatos para implementar uma zona de exclusão aérea na Líbia com apoio internacional.”
No sábado, a Liga Árabe endossou a ideia de uma zona de exclusão aérea e disse que ia pedir ao Conselho de Segurança da ONU para impor tais restrições. A Casa Branca saudou a posição da Liga Árabe, afirmando que a comunidade internacional está unida em enviar uma “clara mensagem de que a violência na Líbia deve parar”.
McCain disse que uma zona de exclusão aérea, por si só, não pode garantir a derrota de Gadhafi, mas que fornece um impulso aos rebeldes quando eles mais dele necessitam.
O presidente Obama afirmou que Gadhafi se encontra “no lado errado da história” e ainda não decidiu qualquer acção militar mas está a considerar a imposição de uma zona de exclusão aérea. Críticos da zona de exclusão aérea afirmam tratar-se de um acto de guerra e pode envolver os Estados Unidos num novo conflito no mundo árabe ao lado de forças cujas intenções não são ainda claras.
Esses argumentos são rejeitados pelo senador independente Joe Lieberman, do Connecticut, que também patrocinou a proposta de resolução. Lieberman disse que não se deve permitir que a revolução anti-totalitária que varre o Norte de África falhe na Líbia:
“Existe o perigo de que o que está a acontecer na Líbia seja essencialmente a colocação de um muro significando que, “esta revolução pacífica e democrática no mundo árabe termina aqui”. Que a Primavera árabe pode ter o mesmo destino da Primavera de Praga de 1968. Simplesmente não podemos deixar que isso aconteça.”
Desde há varias semanas que os dois senadores têm pedido uma resposta mais activa dos Estados Unidos aos acontecimentos na Líbia. Nos Estados Unidos, o ramo executivo tem a responsabilidade de conduzir a política externa. O Congresso pode instigar e aconselhar o presidente em assuntos de política externa. Se for aprovada a proposta de resolução do Senado não pode forçar o presidente Obama intervir na Líbia, mas pode acrescentar peso e apoio político a qualquer decisão que ele possa vir a tomar sobre a matéria.