Assinalam-se esta semana os 50 anos do início, pela FNLA, da luta armada em Angola contra o colonialismo.
A acção do 15 de Março, reivindicada pela FNLA como o marco da luta de libertação nacional e que foi protagonizada por guerrilheiros da então União dos Povos, passou a ser celebrada este ano como data de celebração nacional. Ngola kabango, antigo ministro do governo de transição, explica o que se passou em 15 de Março de 1961O e afirma que não há outra data que marque o verdadeiro início da luta armada em Angola, a não ser o 15 de Março.
Ngola Kabango, que actual assume os comandos do partido FNLA, aproveitou a data para realizar uma actividade política-cultural, assinalando a efeméride e reiterando que o congresso do seu partido se realiza em Novembro deste ano.
Kabango fez questão em assinalar que "o 15 de Março de 1961, diferencia-se das outras duas datas pela intensidade dos combates: o 4 de Janeiro de 61 que marcou a grande revolta patriótica da Baixa de Cassanje eo 4 de Fevereiro, que marcou a grande revolta de Luanda".
E, acrescenta, " pelo facto do 15 de Março ter vingado e ter dado lugar a uma luta que durou 14 anos que culminou com a independência de Angola, não há dúvida nenhuma, em termos históricos, em termos de acção, em termos de amplitude de território, o 15 de Março é, indiscutivelmente, o início da luta armada de libertação nacional".
Em Malanje uma FNLA dividida
A data histórica foi assinalada em Malanje com cerimónias representando a relação desavinda entre duas direcções paralelas da FNLA.
Os partidários de Ngola Kabango içaram e inauguraram uma residência no município de Cangandala, 28 quilómetros a sul da capital provincial.
O secretário provincial, Jacinto Cabanda Dala, que diz controlar mais de mil e 700 militantes em cada circunscrição do território de Malanje defende a liderança de Ngola Cabango.Diz ele: “Vamos içar a bandeira no município de Cangandala, até dia 15 vamos a nossa sede municipal. De concreto, nós não somos de Lucas Ngonda, nós somos do partido de FNLA, na FNLA nunca existiu duas alas".
E acrescenta: "Nós saímos em 2008 até 2011, então, vamos realizar o nosso congresso, por isso, nós não somos de Lucas Ngonda, somos do partido de FNLA, Ngonda nunca foi o presidente da FNLA”.
O secretário nacional para cultura, assuntos religiosos, desporto, juventude e lazer, Vicente Albino Paulo, saído do congresso de 2010 convocado por Lucas Ngonda, referiu que o acórdão 109 e 110 do Tribunal Constitucional definiu quem é o presidente da FNLA, mas os dirigentes do partido no poder aproveitam-se dos conflitos internos para melhor para tirar partido da situação.
Diz Albino: “O irmão Kabango é uma pessoa que foi colocada no seu lugar como segundo vice-presidente, mas ele continua a dizer que ele é o presidente. O congresso dele, toda gente sabe, o tribunal deliberou a ilegalização do congresso de Ngola Kabango, então, quando é que ele é presidente se o congresso foi ilegalizado?
Mas, como o MPLA quer ver, também essas coisas, como se diz dividir para melhor reinar, ele vai aturando essas coisas. O Tribunal não consegue decidir rapidamente para tirar o acórdão do congresso que realizamos para que as coisas ficam claras. Então, o irmão Kabango vai fazendo tripas ao coração aquilo que ele que fazer, com aquele dinheiro que ele levou". E interroga-se, a propósito: "Mas quando terminar o dinheiro, também vai cair no saco roto”.
Vicente Albino Paulo reafirmou que instalações de Malanje, Benguela, Cabinda, Moxico e Namibe em posse dos correligionários partidários de Ngola Kabango serão reavidas logo que os magistrados judiciais retomem as actividades, a seguir as ferias judiciais.
O secretário para cultura, que falava para a VOA ao telefone a partir de Luanda, garantiu a inauguração dos secretariados provincial do Kwanza – Norte e do Uíge. Francisco José é o delegado da Frente Nacional de Libertação de Angola indicado por Lucas Ngonda.