Instabilidade no Egipto beneficia Angola

Simon Henderson, perito em questões do Mdio Oriente e petroleo

Receios sobre paralizações no Canal de Suez e em oleoduto trans-Egipto faz subir preços.

1 Fev 2011 - Costuma-se dizer que os infortúnios de uns são a sorte de outros. No caso da revolta popular no Egipto a instabilidade política resultou num súbito aumento do preço do petróleo algo que para países como Angola só pode ser boa notícia mas que é sem dúvida má noticia para os países importadores como é o caso de Moçambique, Cabo Verde e Guiné-bissau.

Hoje o preço do petróleo ronda os 100 dólares o barril. Isto pode surpreender alguns porque o Egipto não é um grande produtor de petróleo, sendo a sua produção consumida em grande parte internamente. Na verdade algumas estatísticas indicam que o Egipto se tornou já num importador de petróleo.


Simon Henderson do Instituto para a Politica do Próximo Oriente aqui em Washington disse que a importância do Egipto no mercado de petróleo jaz não na sua produção mas sim na sua posição estratégica.

“O canal do Suez atravessa o Egipto e há também um oleoduto importante que vai do Mar Vermelho ao Mediterrâneo e os mercados de petróleo receiam assim que haja interrupções,” disse Henderson.


“Até agora isso não aconteceu mas os mercados fazem aumentar os preços devido ao que interpretam como sendo uma situação difíci,” acrescentou.

Simon Henderson sublinhou que para além disso há a implicação mais larga sobre o que vai acontecer no Médio Oriente como consequência da revolta no Egipto, havendo receios que a instabilidade se possa alastrar e possa ter efeitos no Golfo Pérsico zona de maior produção petrolífera.


O analista do Instituto para a Política no Próximo Oriente disse que na sua opinião os mercados irão agora reagir face a novos desenvolvimentos.

“Tem havido receios de interrupções mas não houve até agora interrupção e sem paralisações o preço tende a cair,” disse Henderson acrescentando que “se no entanto houver por exemplo interferência com a navegação de petroleiros no Canal do Suez ou no oleoduto trans-Egipto ou se houver greves de trabalhadores do no sector de petróleo e gás no Egipto então haverá pressões para o preço subir”.