2 Fev 2011 - Através do norte de África e dos países árabes do Médio Oriente fala-se agora do “efeito Tunísia”, o impacto que o levantamento popular na Tunísia poderá ter em regimes ditatoriais ou semi-ditatoriais nessas zonas.
O levantamento no Egipto, embora ainda sem conclusão, parece confirmar a teoria de dominó, já que foi seguido de manifestações na Jordânia e fala-se agora na possibilidade de manifestações na Síria.
Mas especialistas afirmam que há que ter em conta as diferenças que existem entre esses países e os governos dos países do golfo, como Kuwait, Arábia Saudita e outros. Para além de diferenças politicas com uns regimes mais abertos do que outros, esses especialistas fazem notar que em muitos países onde existem monarquias a base de poder é uma base tribal ou de famílias. E dentro dessas monarquias há diferenças, com a Jordânia a ter uma maior abertura política do que por exemplo a Arábia Saudita.
Simon Henderson, do Instituto para Politica no Próximo Oriente disse que a Jordânia, sendo uma monarquia, é o local para onde estarão viradas as atenções mas sublinhou que a situação não é a mesma do que nas outras monarquias.
Henderson crê que a Jordânia é uma “quase democracia” o que não é o caso dos governos de sheiks ou reis, como em países do Golfo, e na Arábia Saudita onde não há nenhuma democracia. A Arábia Saudita e os outros países do Golfo, disse ele, são de opinião que isso não vai acontecer nos seus países.
“Eles vêm o problema desta maneira: como os egípcios e os tunisinos tinham pouca democracia, ficaram insatisfeitos com aquilo que tinham,” disse Henderson.
Face a isso, “os sauditas e os outros países do golfo adoptam o ponto de vista que se não houver democracia nenhuma, não há razão para descontentamento,” acrescentou o especialista para quem, contudo, “isto é um modo de pensar muito simplista e terá que ser testado pelo passar do tempo".