O governo moçambicano vai rescindir o contrato com o consórcio indiano Ricon responsável pela reabilitação da linha ferra que liga o porto da Beira e a vila carbonífera de Moatize, em Tete, no centro do país. É que a companhia indiana tem estado a atrasar há 15 meses a conclusão e entrega da linha férrea muito aguardada para o escoamento de carvão de Tete.
O aviso à navegação do consórcio indiano foi lançado pelo Presidente da empresa estatal Caminhos de Ferro de Moçambique, Rosário Mualeia. O pronunciamento de Mualeia surge na sequência das declarações consideradas falsas do Director-Geral da Ricon de que as obras da linha férrea de Sena estavam concluídas. Mualeia desmentiu categoricamente em voz alta.
Segundo Rosário Mualeia, a 24 de Dezembro último, foi enviada uma nota dando ultimato ao consórcio indiano para terminar e entregar as obras da Linha de Sena até 24 de Março próximo. Caso contrário, o trabalho vai ser realizado pela empresa estatal Caminhos de Ferro de Moçambique.
“Como estipulado no contrato de concessão, entregaremos a carta de notificação quando os prazos, que iniciaram a 24 de Dezembro, terminarem. A partir dai os CFM, Caminhos de Ferro de Moçambique, vão tomar a responsabilidade de reabilitar e continuar com o projecto da exploração da via férrea”- palavras do Presidente do Conselho de Administração dos Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, Rosário Mualeia.
A reabilitação da linha férrea de Sena, com 600 quilómetros, está atrasada em 15 meses, sem explicação fundamentada. O consórcio indiano ganhou o concurso internacional de reabilitação da linha em 2004. O seu trabalho é considerado muito lento, para tanta expectativa do governo e dos parceiros interessados na exploração de carvão de Moatize, em Tete.