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EUA perdem influência em África, afirma perito


A Secretária de Estado Hillary Clinton e o presidente Obama visitaram o continente africano em diferentes ocasiões
A Secretária de Estado Hillary Clinton e o presidente Obama visitaram o continente africano em diferentes ocasiões

"O que se observa é que a China invadiu literalmente África em todos os aspectos”

Mwangi Kimenyi, da Brookings Institution, sugere que, se Barack Obama for reeleito, deveria encorajar mais investimentos e relações comerciais com o continente africano.

A Brookings Institution, que tem a sua sede em Washington, refere que, para beneficiar das oportunidades de desenvolvimento em 2012, África tem que definir as suas prioridades, no que toca aos esforços de integração regional e gerir uma crescente população juvenil.

Aquela organização afirma que o continente africano tem que aumentar a visibilidade das suas organizações, como, por exemplo, é o caso da União Africana.

Mwangi Kimenyi, director da Iniciativa para o Crescimento de África, disse que o presidente Obama, se for reeleito em Novembro, deverá tomar uma posição pró-activa para encorajar um maior envolvimento com o continente africano.

Kimenyi disse que, durante o seu primeiro mandato, Obama manteve o financiamento dos programas que tinham sido iniciados por George W Bush, seu antecessor, incluindo o apoio aos de tratamento do HIV-SIDA. Obama lançou iniciativas próprias, como é o caso do programa Alimentar o Futuro e a Iniciativa Climática Global, mas ambas são considerados por Kimenyi como de menor escala e alcance.

O director da Iniciativa para o Crescimento de África comentou que as economias americana e africana beneficiariam, se o comércio entre ambos fosse transformado numa realidade. Segundo Kimenyi, Obama tem apoiado programas de apoio alimentar e da saúde, “mas o que África necessita é crescimento económico. África necessita de criar emprego e abandonar a ideia de dependência e penso – diz Kimenyi – que a melhor forma de o fazer é através do investimento”.

Kimenyi defende que os EUA têm que fazer mais para combater o que designa pelo declínio do relacionamento comercial dos EUA em África, em comparação com o crescimento da influência sobretudo da China.

Observou Mwangi Kimenyi: “O que estamos a assistir é o que poderemos chamar de declínio dos EUA em África, porque tem vindo a ser afastado, lentamente, pela China, Brasil, Rússia e outros. E nós gostaríamos de ver o presidente Obama assumir posições pró-activas no que diz respeito a África”.

O presidente Barack Obama visitou o Egipto e o Gana, pouco depois de ter sido eleito e, se for reeleito, deverá visitar mais países africanos.

Diz, a propósito, Kimenyi: “Os EUA têm sido um parceiro em África, em termos de programas de investimento e de desenvolvimento. Mas, se compararmos o que aconteceu os últimos cinco a dez anos, o que se observa é que a China invadiu literalmente África em todos os aspectos”.

Na óptica de Kimenyi, Obama tem uma oportunidade em deixar uma herança em África, particularmente se cumprir a visão que ele próprio articulou para o continente, durante a sua digressão, em 2008.

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