“A saúde do meu esposo não está boa”, lamenta Adolfina Mavungo, esposa do activista de Cabinda José Marcos Mavungo, condenado a seis anos de prisão efectiva pela prática de crime de rebelião contra o Estado angolano.
Em entrevista à VOA, Adolfina Mavungo revela, por exemplo, não ter conseguido comprar ainda os medicamentos passados recentemente por falta de dinheiro, em virtude de que apenas o marido trabalhava.
Devido ao seu deficiente estado de saúde, o activista deve ser submetido a novos exames médicos.
“Ele está com problemas no fígado e com as análises poderemos saber mais sobre o estado de saúde”, adiantou Adolfina Mavungo, que reitera nunca ter recebido qualquer apoio das organizações internacionais.
Prisão e condenação
José Marcos Mavungo foi detido a 14 de Março de 2015 e acusado de ser o autor de diversos panfletos que incitavam à violência, insubordinação das instituições e que atentavam contra a segurança do Estado na província de Cabinda.
Nesse dia, tinha sido anunciada uma manifestação contra violações dos direitos humanos e a gestão da Governadora de Cabinda, a qual teria sido organizada por Mavungo, embora nunca se tenha realizado devido ao forte aparato policial nas ruas.
No mesmo dia foi igualmente detido o presidente da Ordem dos Advogados Angolanos em Cabina Arão Tempo.
Em Setembro do mesmo ano, Mavungo foi condenado a seis anos de prisão efectiva por rebelião contra o Estado.
A Amnistia Internacional declarou José Marcos Mavungo “prisioneiro de consciência” e apelou à pressão da comunidade internacional para exigir a libertação “imediata e incondicional” do activista.
A União Europeia e outras organizações internacionais também pediram a libertação do activista.
Oiça a entrevista com a esposa de Mavungo na edição de hoje da VOA às 17 horas de Angola (17 UTC).