Os 40 anos da Independência de Angola carregam uma “mancha indelével de estrangulamento da liberdade de imprensa e décadas de repressão e medo".
A acusação é da Amnistia Internacional (AI) que, em comunicado, lembra que, enquanto dignatários e líderes estrangeiros se reúnem na capital Luanda para assinalar as quatro décadas de independência, “pelo menos 16 activistas continuam a definhar-se nas cadeias angolanas”.
O director-adjunto da AI para a África Austral lembra que “muitos angolanos ainda têm um longo caminho antes de atingirem em pleno a sua liberdade e respeito pelos seus direitos humanos”.
Muleya Mwananyanda denuncia que “aqueles que manifestam pontos de vista diferentes do regime são submetidos a tratamentos brutais”, e por isso defende que “a Independência também deve levar as pessoas a se expressarem livremente”.
Aquele responsável da AI afirma que "muitos defensores dos direitos humanos sofrem na prisão apenas por terem pedido respeito pelos direitos humanos e responsabilização” dos que os violam,
Mwananyanda acusa o “Estado de usar a polícia e o sistema judicial para consolidar o medo e silenciar as vozes críticas".
No comunicado, a AI denuncia ainda que o Governo angolano continua a usar “tácticas repressivas, incluindo prisões e detenções arbitrárias, politização do sistema judicial e outras formas de coacção e intimidação para suprimir as liberdades de associação, de reunião pacífica e de expressão”.
Aquela organização de defesa dos direitos humanos enumera vários casos que considera de violação dos direitos humanos, como a prisão dos 15 activistas em Luanda, a greve de fome de Luaty Beirão, o julgamento do activista e jornalista Rafael Marques e a condenação de José Marcos Mavungo, em Cabinda.