Dois lideres militares do movimento separatista de Cabinda, FLEC, foram raptados no Congo, disse a organização à Voz da América.
Os raptos do chee de estado maior da FLEC, o general "Noite e Dia" e do comandante Mazina são os mais recentes de uma série de desaparecimentos e assassinatos e raptos de figuras do movimento separatista cabindês.
Um comunicado da Frente de Libertação do Estado de Cabinda, liderada por Nzita Tiago, enviado à nossa redacção, diz que o comandante João Alberto Gomes "Noite e Dia" foi raptado na noite de terça para quarta-feira (6 para 7 de Março) juntamente com o Comandante Mazina que chefiava a frente norte do movimento.
O comunicado acusou “forças especiais de Angola, com a conivência de alguns filhos de Cabinda” de serem responsáveis pelo rapto. O presidente desta facção da FLEC, Nzita Tiago, disse à Voz da América que os seus comandantes "foram raptados por soldados angolanos a partir de Ponta Negra... soldados angolanos vieram de Cabinda". Adiantou que não sabe mais nada deles, nem para onde foram levados.
Estes raptos acontecem cerca de um ano após anterior chefe de Estado Maior da FLEC, General Gabriel Nhemba "Pirilampo", ter sido raptado e assassinado. O seu corpo foi encontrado a 10 de Março do ano passado, dentro do território de Cabinda depois de ter sido raptado no Congo, e apresentava sinais de tortura e esfaqueamento. “Pirilampo” foi tambem atingido por vários tiros.
Outro general da FLEC, Maurício Lubota “Sabata”, foi também raptado e assassinado em Março do ano passado. Meses depois, em Julho, o chefe da segurança militar da guerrilha separatista, João Baptista Júnior "Vinagre" foi raptado, desconhecendo-se o seu paradeiro.
Por ocasião destes raptos, a FLEC acusou dissidentes ligados a Alexandre Tati de terem colaborado com as forças de segurança angolanas no rapto e assassinato dos seus dirigentes militares.´Tati e o seu grupo negaram energicamente a acusação.
No comunicado emitido esta quarta-feira, diz-se que “a direcção política e militar da FLEC-FAC é favorável a uma solução pacífica” para a questão de Cabinda através do “diálogo”.