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Cerca de mil mulheres morrem diariamente no parto


Dois recém-nascidos num centro de cuidados primários de saúde de Mogadíscio na Somália
Dois recém-nascidos num centro de cuidados primários de saúde de Mogadíscio na Somália

Relatório dos Médicos Sem Fronteira publicado por ocasião do Dia Internacional da Mulher diz que essas fatalidades podem ser evitadas

A organização Médicos Sem Fronteiras anunciou que diariamente cerca de mil mulheres morrem durante o parto ou são mortas por complicações de gravidez.

A MSF adianta entretanto que essas fatalidades podem ser prevenidas. A organização publicou hoje o seu relatório sobre a mortalidade materno-infantil por ocasião do Dia Internacional da Mulher.

O relatório é intitulado de “Mortalidade Materna: Uma Crise Evitável.” A organização Médicos Sem Fronteira indica pelo menos 15 por cento de mulheres grávidas no mundo corre o risco de vida durante o parto. A organização adianta no entanto que elas acabam por ser mais vulneráveis durante os conflitos e crises.

Catrin Shulte-Hillen é chefe do grupo internacional de trabalho em saúde sexual e reprodutiva da MSF, e diz que o parto é o mais crítico em matéria de saúde, quando prioridade é salvar vidas tanto a da mãe como a da criança.

“É bonito quando tudo corre bem. É um acontecimento magnífico. Quando corre mal é caótico.”

Caos que resultam das complicações de parto ou mesmo durante a gravidez.

“Eles têm uma simbiótica situação. Se a parturiente estiver mal, e exausta, o bebé não recebe oxigénio suficiente. O bebé sofre igualmente. O problema é que nem sempre um parto rápido é algo espontâneo, onde tudo passa facilmente. O útero as vezes não se contrai. A parturiente começa a perder o sangue. A atenção é virada para mãe. É o bebé que não respira. É onde tudo de acumula.”

Os Médicos Sem Fronteira afirmam que existem 5 razões principais e potenciais para a morte por complicação durante o parto: hemorragias, infecções, má absorção, a hipertensão e a obstrução.

Catrin Shulte-Hillen diz no entanto não ser comum a morte de mulheres durante o parto em países desenvolvidos, mas quando isso ocorre, os responsáveis de saúde procuram sempre conhecer as razões.

“Actualmente em qualquer hospital que seja se houver a morte da parturiente há uma comissão de investigação para apurar o que correu mal. É desta forma que nós encaramos a mortalidade materna-infantil. E se olhares para isso em comparação com o que acontece em várias partes do mundo, não existem registos possíveis.”

A organização Médicos Sem Fronteiras assegura o tratamento obstétrico em cerca de 30 países, e durante o ano de 2010 as suas equipas médicas assistiram o parto de mais de 150 mil crianças no mundo.

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