Alarmado pela intensificação do conflito na Líbia e pelo número cada vez maior de vítimas, o Comité Internacional da Cruz Vermelha pede que todas as partes envolvidas no conflito respeitem o Direito Internacional Humanitário e, em particular, tomem todas as precauções possíveis para poupar as vítimas.
A intensificação do conflito na Líbia e o aumento no número de feridos que chegam aos hospitais levaram a Cruz Vermelha Internacional, presente no leste do país, a considerar que o conflito alcançou o nível de conflito interno armado. Isso significa que as regras básicas da Guerra devem ser aplicadas urgentemente, diz o porta-voz da Cruz Vermelha para a Líbia, Christian Cardon.
“A Cruz Vermelha pede a todos os partidos envolvidos no conflito que tomem as possíveis precauções para poupar as vidas da população civil. É muito importante fazer a distinção entre quem participa das hostilidades e quem não participa delas. O que podemos observar é que a maioria dos combates está acontecendo em áreas populosas, onde esta distinção é ainda mais importante”, declara.
A base da Cruz Vermelha na Líbia está localizada na região de Benghazi, segunda maior cidade do país e onde os protestos que deram início ao conflito começaram. Christian Cardon destacou as dificuldades da Cruz Vermelha em ter acesso ao outro lado do país, onde a maioria dos combates acontecem actualmente.
“Precisamos ter acesso a esta parte do país. A situação é terrível lá e haverá uma grande necessidade de ajuda humanitária nesses locais. É por isso que pedimos acesso. Não temos as condições de segurança necessárias para chegar lá e não há vontade real das autoridades pela intervenção de uma organização internacional como a Cruz Vermelha”.
De acordo com a Cruz Vermelha, mais de mil pessoas já morreram na Líbia e mais de 250 mil já deixaram o país desde o dia 15 de Fevereiro, quando começou o conflito entre o governo líbio e seus opositores.