As autoridades angolanas estão a tentar arranjar uma justificação legal para a retenção do navio americano no porto do Lobito.
Fontes da Voz da América disseram que Luanda receia que os constrangimentos provocados ao armador sem nenhuma razão legítima poderá fazer com que a companhia “Maersk Line, Limited” abra um processo judicial contra as autoridades angolanas pelos danos provocados à empresa pela retenção do seu navio.
A embaixada americana em Angola disse entretanto que a ajuda humanitária a Moçambique e outros países constituída por "bens perecíveis", e que se encontra a bordo do navio, está agora em risco devido aos atrasos na resolução do problema.
David Brooks o encarregado de negócios dos Estados Unidos em Luanda referiu entretanto hoje no Lobito que o governo americano espera que haja “espírito de boa fé” da parte das autoridades angolanas na resolução do assunto.
Ontem o ministro das relações exteriores George Chicoty não compareceu numa reunião marcada com o encarregado de negócios americano.
Chicoty enviou uma delegação do seu ministério para transmitir a posição do governo angolano.
Recorda-se que o cargueiro de bandeira americana, “Maersk Constellation”, e a sua tripulação, estão retidos no Lobito desde o dia 28 de Fevereiro devido a questões aduaneiras, depois das autoridades angolanas terem descoberto a bordo um carregamento de quatro contentores com munições.
A propósito, o partido no poder em Angola, MPLA, acusou os Estados Unidos de estarem a rearmar a UNITA.
O governo do Quénia fez saber, posteriormente, que as munições lhe pertenciam, mas o governo angolano alega que, para além das munições o cargueiro transporta também armamentos.
Antes do pronunciamento das autoridades quenianas, Luanda condicionava a saída do navio do Lobito à confirmação por parte do ministério da defesa queniano de que o material bélico retido se destinava ao Quénia.
As autoridades angolanas estão a tentar arranjar uma justificação legal para a retenção do navio americano no porto do Lobito.