O avançado estado de degradação das estradas secundárias e terciárias que ligam o centro da cidade do município de Malanje aos bairros periféricos, comunas e povoações deixam os habitantes inconformados com as políticas anunciadas pela Administração Municipal.
Buracos, ravinas, areia, lama e lixo obstaculizam a circulação de viaturas, motociclos e peões, contribuindo para a prática de acidentes de viação.
No município sede, a Rua Vasco da Gama, a primeira desde que esta vila ascendeu a categoria de cidade há 79 anos, cortando a norte o bairro do Ritondo, há mais de 3 anos que está intransitável.
Várias empreiteiras foram contratadas pela Administração Municipal de Malanje para terraplanagem do referido itinerário e, quase sempre abandonam o projecto a meio.
O morador Adérito da Conceição da Silva nasceu e vive há 22 anos no Ritondo, que possui 14 zonas, com mais de 2 mil habitantes.
“Só vendo a rua, isso cria lágrimas, essa rua está a ser pocalizada, bem pocalizada esta rua. Estou um pouco decepcionado com a nossa rua, vejamos lá!
Há tempos atrás foi a melhor rua de Malanje, mas não estão a ver nessa situação da rua, até o nome desapareceu. Isso já está há muito tempo, mais ou menos, praticamente 3 anos assim pessimamente.
Aqui apenas só vêm raspar, eles só vêm raspar, isso até… bem, bem! É só recolher lixo”.
O acesso de viaturas ao centro de saúde do Ritondo é deficitário, o que inviabiliza a evacuação atempada de pacientes para o Hospital Geral de Malanje.
Em vésperas do aniversário da independência nacional em 2010, homens, máquinas e terra para terraplanagem foram colocados no local e, quase ou nada foi feito, obrigando os residentes do perímetro a pegarem em enxadas e pás para nivelar o trajecto.
A Administração Municipal de Cahombo ficaria sem a única ambulância, na semana passada, que tombou numa cratera aberta pelas águas das chuvas.
“Apareceram os homens da Administração meteram aqui areia ou, então, é lodo que está aqui, para endireitar ficou muito tempo não vieram endireitar, o povo é que ficaram a tirar, começaram a entulhar até aos lugares da rua e becos onde está a acumular muita água.
Vieram aqui uns chineses descarregaram mais montes de areia, foram e não fizeram nada. Já na semana passada, apareceram duas máquinas aqui, e ficaram a espalhar essa areia que os chineses meteram, mas nem com isso, a estrada não está boa. Bastar cair chuva os carros colam aqui. Há dias uma ambulância escapou virar (tombar) aí afrente”.
A administradora municipal de Malanje, Teresa de Jesus reconheceu que é crítico o estado das estradas da sua área de jurisdição.
Teresa de Jesus em entrevista à rádio pública local, na comuna do Ngola Luije, a mais de 30 quilómetros a norte desta cidade, prometeu ultrapassar o empecilho na época seca com apoios do governo provincial.
“Temos um kit comunitário que não é completo, logo que acabarem as chuvas nós vamos tentar fazer uma terraplanagem à via Malanje/Ngola Luije. É a quarta vez que eu venho aqui a comuna do Ngola Luije e as condições não mudam”.
Neste preciso momento está interdito o trânsito na ponte sobre o rio Lombe, na estrada nacional 230, desde a semana passada e deverá sofrer obras de manutenção nos próximos dias, já que o tampo da estrutura metálica não suporta o peso de camiões.
O tráfego está a ser feito na via alternativa, onde a lama tira sossego aos automobilistas. Mais de 10 camiões que circulavam dos dois sentidos ficaram congestionados durante as primeiras horas da manhã de desta segunda-feira, devido ao estado do tapete.