O presidente americano, Barack Obama, justificou sábado à noite os ataques contra a Líbia, afirmando que "o continuado assalto de Muammar Kadhafi contra o seu próprio povo, não deixou outra hipótese" aos Estados Unidos e aos seus aliados.
Falando no Brasil, onde se encontra em visita oficial, Obama declarou: "Não podemos ficar parados quando um tirano diz ao seu povo que não haverá misericórdia".
Os ataques, segundo Obama, continuarão até que o líder líbio ponha termo à ofensiva, proibida pela ONU, contra os rebeldes que se encontram agora encurralados na região de Benghazi.
As Nações Unidas autorizaram a imposição de uma zona de interdição aérea sobre a Líbia, se o seu governo não aceitasse um cessar-fogo. Sexta-feira, Kadhafi aceitou o cessar-fogo e sábado as suas forças avançaram, outra vez, sobre Benghazi.
Foi nessa altura que caças franceses Rafale e Mirage, entaram em acção, destruindo pelo menos quatro tanques de Muammar Kadhafi ao mesmo tempo que os Estados Unidos e a Grã-Bretanha disparavam mísseis contra meios anti-aéreos líbios.
Fontes americanas, citadas pela televisão ABC News, disseram que 120 mísseis de cruzeiro, com um alcance máximo de 2.500 km, foram disparados de navios de guerra no Mar Mediterrâneo, nums acção que envolve os EUA num conflito armado com um terceiro pais islâmico.
Os mísseis Tomahawk foram disparados contra 20 baterias anti-aéreas líbias. A Líbia dispõe de três sistemas de mísseis terra-ar móveis, de fabrico russo.
O ataque aéreo ocorreu pelas 16h45 TMG, quando os tanques em questão foram localizados em acções ofensivas em Benghazi, uma cidade onde o cessar fogo devia estar em efeito.
É em Benghazi que se encontram acantonados os adverários de Kadhafi, escorraçados de outras cidades do país por uma ofensiva de tropas leais ao regime, recorrendo a tanques, helicanhões e caças bombardeiros.
Horas antes, o presidente francês Nicolas Sarkozy afirmava que aviões aliados estavam a sobrevoar a Líbia para garantir uma zona de “interdição aérea” e proteger a população civil da cidade portuária de Benghazi.
Aquela cidade em poder dos rebeldes encontra-se praticamente cercada pelas forças leais ao líder líbio Moammar Kadhafi.
O presidente americano Barack Obama confirmou que os Estados Unidos integram a coligação com os seus parceiros europeus e árabes para intervir na Líbia.
Durante uma conferência de imprensa no decurso da sua visita ao Brasil, o presidente americano sublinhou que “a determinação da coligação é clara” e que todos os seus membros estão “preparados para agir com urgência”.
Na quinta-feira o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma zona de “interdição aérea” na Líbia autorizando as potências mundiais a recorrerem a todas as medidas necessárias para proteger os civis líbios.