10 Jan 2011 - Decorre o segundo dia de votação em que milhões de sudaneses decidem sobre a divisão em dois daquele que é o maior país do continente africano.
A votação vai demorar uma semana e, em declarações à Voz da América, a partir da cidade de Juba, o embaixador português António Monteiro, disse que “a votação decorreu de forma francamente positiva”, descrevendo-a como “um magnífico começo que augura bem para o resto da semana”.
António Monteiro integra o painel nomeado pelo secretário-geral das Nações Unidas para o referendo no Sudão, missão que é liderada pelo antigo presidente da Tanzânia, Benjamin Mkapa.
O presidente do Sul do Sudão, Salva Kiir, votou em Juba, a capital do Sul do Sudão. O senador americano John Kerry, o actor e activista político George Clooney, acompanharam Kiir no acto da votação, considerado um momento histórico.
Estão também no Sudão, como observadores, o ex-secretário geral da ONU, Kofi Annan, e o ex-presidente americano, Jimmy Carter.
Apesar da generalidade dos elogios à forma como decorre a votação, registaram-se confrontos em Misseriya e Ngok Dinka, entre tribos rivais da região petrolífera de Abyei.
Abey devia realizar um referendo paralelo, para determinar se prtende associar-se ao sul ou ao norte, mas a votalção foi inviabilizada devido a discordâncias sobre quem podia votar.
E entre o norte e o sul, há outras questões a resolver, como a definição de fronteiras, acesso à água e gestão das receitas de exploração do petróleo.
O Presidente americano, Barack Obama, afirmou a determinação da comunidade internacional em assegurar que todas as partes respeitam os compromissos assumidos e os resultados deste referendo.
A consulta eleitoral decorre de um acordo, assinado em 2005, que pôs termo a décadas de guerra civil no Sudão, opondo o norte muçulmano, ao sul animista.