Washington, 14 Jan - O presidente nigeriano ganhou a nomeação do seu partido para ser candidato as eleições presidenciais de Abril.
Goodluck Jonathan que venceu dois outros pré-candidatos no norte, já apelou aos seus adversários a unidade em torno do partido.
A vitória do presidente Goodluck Jonathan nas eleições primárias do seu partido põe fim ao acordo informal interno para a nomeação de candidatos presidenciais entre as regiões norte e sul da Nigéria.
O acordo conferia aos partidários do norte, mais quatro anos na presidência, ou seja, um segundo mandato que tinha por direito, o malogrado presidente Umaru Musa Yar’adua, morto no ano passado.
Enquanto sulista, o presidente Goodluck Jonathan iniciou há oito meses, logo depois de ter assumido a mais alta magistratura do país, um sério desafio para inverter a tradição.
E foi assim que o conseguiu. Após a contagem durante a noite passada dos cerca de quatro mil votos dos membros do Partido Democrático do Povo, Jonathan obteve a nomeação. Não perdeu tempo para apelar a unidade, ao mesmo tempo que rendia homenagem aos seus dois adversários Sarah Jibril e Atiku Abubakar, que segundo ele lutaram corajosamente.
“Quero dar as boas-vindas ao senhor Jibril e à sua excelência Alhaji Abubakar para que juntos, possamos construir uma Nigéria dos nossos interesses colectivos. Uma Nigéria onde as ideias guiarão o nosso sonho de uma grande nação. É o momento para o partido seguir em frente, unido e conduzir este país sob a bandeira do partido Democrático do Povo.”
O antigo vice-presidente Alhaji Abubakar era o maior adversário do presidente Jonathan. Foi apresentado como um candidato de consenso para os líderes do norte, que se opuseram a quebra do acordo regional de partilha de poder.
No seu apelo aos delegados, momentos antes da votação, Abubakar disse que a atitude de Jonathan em não respeitar os acordos internos do partido, retiram-lhe a confiança política.
“Este não o tipo de pessoa na qual devemos confiar o destino deste país. Devemos respeitar a nossa palavra. Mas o meu maior adversário acredita fazer coisas simples, porque lhe convém. Ele não parece preocupar-se se o país dirige-se a caos e anarquia enquanto estiver no poder. Isso é perigoso.”
Os ataques do antigo vice-presidente Abubakar contra o ainda presidente parecem ser estritamente pessoais e demonstram as dificuldades que Goodluck Jonathan deverá enfrentar na região norte, quando for a busca de apoios durante as eleições gerais. Abubakar disse que o país encontra-se agora mais dividido em relação ao ano passado, período em que Jonathan assumiu as funções presidenciais. O antigo vice-presidente nigeriano adiantou que não se deve tolerar um tal nível de incompetência e de indiferença, e que em algumas situações parece não haver ninguém na liderança.
O presidente Goodluck Jonathan optou em não responder aos ataques do seu adversário, evitou referir-se directamente ao acordo de partilha de poder, e deu ênfase apenas a necessidade de criação de uma plataforma de reforço e melhoria da segurança e da economia enquanto se combate a corrupção.
O partido no poder na Nigéria, ganhou as últimas três eleições gerais, e dá assim a oportunidade ao presidente Goodluck Jonathan para o liderar rumo a votação de Abril próximo.
Jonathan deverá enfrentar outros políticos bem rodados de e em vários pequenos partidos, ou ainda, poderá mesmo fazer face ao antigo vice-presidente Abubakar se este último se decidir apresentar como independente ou então como candidato de uma outra formação política.