Imigrantes africanos hostilizados no Huambo

  • António Capalandanda

Thioye Osmane, comerciante Costa Marfim, baleado, a 15 Marco , no Huambo

No espaço de semana e meia, dois comerciantes da Costa do Marfim e Mali foram assassinados

A província angolana do Huambo tem sido um dos destinos para emigrantes africanos legais, mas estes enfrentam situações de hostilidade e insegurança.

Num espaço de semana e meia, dois comerciantes da Costa do Marfim e Mali foram assassinados em circunstâncias estranhas, no bairro do São João.

Thioye Osmane é um cidadão da Costa de Marfim que se encontra em Angola com estatuto de residente. Disse a Voz da América que no passado dia 15 de Março dois indivíduos armados invadiram a sua loja e dispararam mortalmente, resultando na morte do seu colega.

Conta Osmane:“Eles entraram como clientes e depois tiraram a mochila onde tinham duas armas AKM. Um pediu dinheiro e saldo (para recarga do telefone) e outro disparou. O meu colega foi atingido com três balas na cabeça e eu fui atingido no braço.”

Dias depois, um outro comerciante de nacionalidade maliana, foi encontrado morto, no mesmo bairro, dentro do seu estabelecimento comercial. No local o estado ainda é de choque e de insegurança, familiares da vítima remetem-se ao silêncio.

Uma testemunha disse que, Yaya Camara, estava em Angola desde o ano de 2003, o seu corpo foi visto com duas balas, sendo uma na cabeça e outra no peito.

Os emigrantes africanos queixam -se de situações de isolamento, incompreensão e indiferença da população, mas a insegurança constitui a maior preocupação na busca do seu espaço de integração e revitalização.

“Há dias houve um carro que pneu tinha furado, todo mundo fugiu pensando que fosse disparo de arma. Estamos a sentir muito mesmo”- disse Osmane.

A VOA tentou, sem sucesso, ouvir a polícia do Huambo. Em busca de melhores oportunidades de negócios e fugindo de perseguição politica nos seus países de origem são apontados como alguns dos factores importantes motivadores da emigração africana em Angola.