A província angolana do Huambo tem sido um dos destinos para emigrantes africanos legais, mas estes enfrentam situações de hostilidade e insegurança.
Num espaço de semana e meia, dois comerciantes da Costa do Marfim e Mali foram assassinados em circunstâncias estranhas, no bairro do São João.
Thioye Osmane é um cidadão da Costa de Marfim que se encontra em Angola com estatuto de residente. Disse a Voz da América que no passado dia 15 de Março dois indivíduos armados invadiram a sua loja e dispararam mortalmente, resultando na morte do seu colega.
Conta Osmane:“Eles entraram como clientes e depois tiraram a mochila onde tinham duas armas AKM. Um pediu dinheiro e saldo (para recarga do telefone) e outro disparou. O meu colega foi atingido com três balas na cabeça e eu fui atingido no braço.”
Dias depois, um outro comerciante de nacionalidade maliana, foi encontrado morto, no mesmo bairro, dentro do seu estabelecimento comercial. No local o estado ainda é de choque e de insegurança, familiares da vítima remetem-se ao silêncio.
Uma testemunha disse que, Yaya Camara, estava em Angola desde o ano de 2003, o seu corpo foi visto com duas balas, sendo uma na cabeça e outra no peito.
Os emigrantes africanos queixam -se de situações de isolamento, incompreensão e indiferença da população, mas a insegurança constitui a maior preocupação na busca do seu espaço de integração e revitalização.
“Há dias houve um carro que pneu tinha furado, todo mundo fugiu pensando que fosse disparo de arma. Estamos a sentir muito mesmo”- disse Osmane.
A VOA tentou, sem sucesso, ouvir a polícia do Huambo. Em busca de melhores oportunidades de negócios e fugindo de perseguição politica nos seus países de origem são apontados como alguns dos factores importantes motivadores da emigração africana em Angola.
Imigrantes africanos hostilizados no Huambo
Thioye Osmane, comerciante Costa Marfim, baleado, a 15 Marco , no Huambo
No espaço de semana e meia, dois comerciantes da Costa do Marfim e Mali foram assassinados