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Eduardo dos Santos avisa que alegações de fraude perturbam eleições


O Presidente de Angola, Jose Eduardo dos Santos, fotografado com o líder da UNITA, Jonas Savimbi, em Bruxelas, em Setembro de 1995. Apesar dos encontros entre os dois, só seis semanas após a morte de Savimbi foi possível a paz entre o Governo e a UNITA.
O Presidente de Angola, Jose Eduardo dos Santos, fotografado com o líder da UNITA, Jonas Savimbi, em Bruxelas, em Setembro de 1995. Apesar dos encontros entre os dois, só seis semanas após a morte de Savimbi foi possível a paz entre o Governo e a UNITA.

No 10º aniversário da paz, presidente angolano manda recados à oposição num discurso visto como comício.

O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, defendeu, no Moxico, a Comissão Nacional de Eleições, advertiu os partidos contra o uso do "espantalho da desconfiança" e da fraude eleitoral, e apontou limites à actividade política.

Eduardo dos Santos falava no acto central das comemorações dos dez anos de paz que quarta-feira se assinalou no em Angola. Disse pensar que os partidos políticos e organizações da sociedade civil têm um papel importante a desenvolver nesta fase que o país vive, mas com limites.

Os partidos políticos e organizações da sociedade civil não devem agir à margem da lei no desempenho das suas actividades - disse o Presidente no que foi visto como uma advertência a quem criticar o Chefe de Estado na campanha eleitoral que se aproxima.

“É importante que os partidos políticos e organizações da sociedade civil conduzam as suas acções em conformidade com a lei, contribuindo para o desenvolvimento do país e para a harmonia social. Não devemos introduzir no nosso jogo político e democrático o princípio do vale tudo. Na política não vale tudo e nem todos os actos e factos são admitidos e sobretudo quando lesam a reputação, o bom nome e a integridade moral e física de outras pessoas”, adverte.

O presidente da República aconselhou também os partidos políticos a não usarem o espectro da fraude para não atrapalhar processo eleitoral em curso no país.

“Não vale apena usar o espectro da desconfiança e da fraude para perturbar a preparação das eleições. A CNE está a tomar as medidas para garantir que a preparação das eleições decorra com êxito", disse.

Eduardo dos Santos aproveitou a ocasião para dizer que o seu partido é o mais interessado na realização de eleições livres e justas.

"Pertencemos a um partido com vários milhares de membros, por isso o partido mais interessado em ver eleições livres, justas e transparentes em Angola. Não precisamos da fraude, truques, nem batota. Somos muito grandes".

No dia 4 de Abril de 2002, foi assinado, no Moxico, pelo Governo e pela UNITA o Memorandum de Entendimento que pôs termo à guerra civil que durou desde a independência, em 1975, até aquela data, com excepção do período entre a assinatura dos acordos de Bicesse e as eleições de 1992.

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