Polícia detém Phil-G líder do gang "os mil homens" em Namibe

Comissário António Pedro Kandela, comandante provincial da polícia do Namibe (VOA / Armando Chicoca)

Prisão ocorreu no Lubango e o criminoso fazia-se acompanhar de meia de dezena de seguidores, incluindo duas mulheres
A detenção do suposto chefe do grupo “os mil homens” domiciliados na cidade do Lubango, foi antecedido de um assalto a uma loja de telemóveis, no bairro 5 de Abril, onde o seu proprietário Lutete Jacinto, foi surpreendido na calada da noite com a exigência de pagamento de 15 mil dólares americanos pelos meliantes, fortemente armados, sob pena de ser abatido a tiro.

Os meliantes já a contas com a justiça faziam-se transportar numa viatura de marca Mitsubishi de matrícula falsa, de uma Mota, fazendo-se igualmente presente no acto do assalto, com duas meninas também provenientes da cidade do Lubango, segundo explicou Lutete Jacinto, vítima do assalto.

“Phil-G, em minha casa colocou-me com a arma e pediu-me 15 mil dólares Americanos e levou-me para a cozinha, dizendo que se não entregares este dinheiro, vamos te matar. Foi naquele momento que fixei bem a cara dele, porque não tinha coberto nada que impedisse seu reconhecimento”, revelou a vítima do assalto a mão armada.

Sublinha que levaram-lhe 300 celulares, mais de duzentas baterias, plasmas televisivos, botijas de gás butano, o dinheiro da esposa e do cunhado que se encontra em Luanda, enfim, Phil-G quis lhe matar.

Alega ainda que as duas miúdas participaram no assalto com Phil-G também estavam armadas, portanto tinham pistola, no acto de detenção, uma fugiu e outra não foi há tempo de fugir, graças o apoio dos parentes e conterrâneos. Descreve que estas miúdas são do Lubango, província da Huila e a viatura que transportou os bens roubados na sua loja tem matrícula falsa, de mota, cadastrada na direcção de viação e trânsito da Huila.

A polícia no Namibe, mata a cobra e mostra o pau, onde, alem de ter apresentado o presumível chefe do grupo “Mil homens” e pares, também fez presente aos jornalistas o móbil do crime, nomeadamente telemóveis, botijas de gaz butano, plasmas e outros bens roubados.

O Superintende chefe José Esteves disse na oportunidade que valeu a pena o trabalho de enfrentamento policial que sempre contou com a colaboração da população do Namibe, facilitando deste modo o trabalho operativo policial.

“Foram espoletadas micro-operações policiais que culminaram com a captura e detenção de 9 indivíduos que se dedicavam na pratica de crimes de furto, roubos e homicídios, nos bairros da cidade do Namibe, com realce e destaque para o grupo denominado «1000 homens» que tem a cabeça o tal, Phil-G, integrado por mais 4 indivíduos, dos quais 2 femininas, mais conhecidas por Cátia e Nádia, de 18 e 21 anos de idade respectivamente."

O porta-voz da corporação realçou que o crime não compensa e tudo será feito para que as comunidades dos bairros voltem a viver calmia e sossego.

Phil-G falando para a voz de América, confirma ter participado em vários actos de criminalidade, mas sublinha que num passado recente, chegou mesmo de se entregar a polícia, onde diz ter-se convertido colaborador, passando a denunciar outros delinquentes.

“Eu vi que comecei a ser mal visto e passei a colaborar com a polícia na província da Huila. Toda hora na esquadra, toda hora na esquadra para mostrar este ou aquele, pelos crimes que não fiz, então, comecei a prender os miúdos que praticavam os crimes e entrega-los a polícia”

Esclareceu que num determinado dia, 6 dos miúdos que prendeu e entregou a policia pelos crimes de assaltos, foram assassinados e atirados na fenda da Tundavala pela policia, no Lubango, na altura o director de Investigação é o Senhor André que me pediu que mostrasse os miúdos que fizeram assalto.

Sublinha que estes 6 jovens foram matados pela policia sob seu olhar, até hoje não pode se avistar com a família dos malogrados em Luanda por causa deste caso e como é que lhe culpabilizam pela morte dos mesmos quando a policia do Lubango sabe do que aconteceu e foi a policia que matou e não ele, replicou.

“O meu irmão arranjou-me emprego na empresa Petromar de Malongo, em Cabinda, onde trabalho já há 3 anos e andaram a minha procura por causa deste homicídio, que o director da DPIC tem conhecimento e eu sou testemunho desta loucura de matar jovens na Tundavala. Pela polícia do Lubango, agora, dizem que eu sou matador. Este nome é que me marcou muito, eu apenas colaborei com a polícia e foi a polícia que matou”, desabafou Phil-G, que diz estar a ser incriminado pela corporação.

A Voz da América soube de fonte segura que durante o processo de legalização, as duas meninas “Cátia e Nádia” subiram para a cadeia da comarca do Namibe, conjuntamente com o Phil-G, suposto chefe do grupo “os 1000 homens” Miguel, irmão mais velho.

Dias depois, segundo a nossa fonte, as duas meninas teriam sido soltas pela procuradoria provincial da república, mediante uma caução e identificação de residência, encontrando-se já na cidade do Lubango, mantendo-se os dois irmãos, Phil-G e Miguel detidos, aguardando pelo julgamento.