Embaixadas sírias estão a ser acusadas de levar a cabo uma campanha de intimidação contra activistas e manifestantes sírios que vivem no estrangeiro. O grupo de direitos humanos Amnistia Internacional disse haver também alegações de retaliações pelas autoridades sírias contra familiares de activistas na Síria – incluindo tortura e sequestro.
Activistas têm-se manifestado regularmente defronte da Embaixada Síria em Londres contra o governo do presidente Assad, em solidariedade com os manifestantes anti-governamentais no interior do país.
Ghias Aljundi, desde que foi da Síria para a Grã-Bretanha depois de ter sido libertado da prisão nos anos 80, participou em muitas das recentes manifestações:
“Recebi uma chamada telefónica de alguém que disse ser da embaixada pedindo-me para parar de manifestar e actuar contra o regime. E a pessoa disse-me que eu estava sobre controlo deles pelo que podiam apanhar-me quando quisessem, bem como chegar até à minha família. Toda a minha família se encontra na Síria.”
Aljundi disse conhecer dezenas de expatriados sírios a viverem na Grã-Bretanha que enfrentaram ameaças idênticas.
As alegações de perseguição estendem-se para além da Grã-Bretanha. A Amnistia Internacional disse ter provas documentadas de campanhas de intimidação em pelo menos oito países, incluindo os Estados Unidos.
Neil Sammonds é um perito da Síria na Amnistia Internacional:
“Encontramos situações ainda piores na Síria. Um grande número de familiares tem sido contactado por serviços de contra-informação. Pelo menos oito foram detidos. Quatro foram torturados. Dois estão desaparecidos, devem ter sido presos e não há informação sobre onde estão.”
Defronte da embaixada, muitos dos manifestantes empunham cartazes com os seus nomes completos e identidades. Disseram que não tem medo de fazer manifestações, mas admitiram que muitos expatriados sírios têm muito medo de se juntarem aos protestos.
A Embaixada Síria em Londres recusou uma entrevista mas emitiu um comunicado negando as alegações.