Nzita Tiago "afastado" da FLEC

Nzita Henriques Tiago, líder histórico da FLEC

Afonso Massanga eleito presidente, rejeita possibilidade de mais uma facção da FLEC

O dirigente histórico da FLEC, Nzita Tiago, foi afastado da presidência da organização, afirma um grupo de militantes que acrescenta ter sido eleita uma nova direcção para aquele agrupamento.

Nzita Tiago dirigia a Frente de Libertação do Enclave de Cabinda há várias décadas e há agora receios que a decisão poderá causar mais uma cisão entre os nacionalistas cabindenses já afectados por numerosas cisões que resultaram na criação de diversos agrupamentos.

Afonso Massanga é o novo presidente da FLEC mas reconheceu à Voz da América que provalmente nzita Tiago não irá reconhecer a nova direcção.

Massanga disse que Nzita Tiago tinha sido afastado “ por faltas ou erros graves” na liderança do movimento.
“Temos que agradecer o papel de Nzita Tiago na criação da FLEC mas o povo de Cabinda já não aceita a sua direcção," disse Massanga.

Embora houvesse militantes que fossem de opinião que Nzita Tiago deveria continuar na presidência até á sua morte, "nós não podíamos continuar com o mesmo sistema de funcionamento," acrescentou.

Interrogado sobre a reacção de Nzita Tiago às propsotas da sua demissão, Massanga disse que o líder histórico da FLEC "tentou afastar-nos da direcção da FLEC mas pelo contrário nós é que o afastamos" por ter violado artigos da constituição da organização.

"O Senhor Nzita liderou a FLEC durante mais de 40 anos e já fez o que tinha que fazer e deu o que tinha que dar," disse.

"Nós lamentamos um pouco o sucedido mas ele deveria compreender que a fase actual de evolução da luta de Cabinda é uma nova fase que deverá levar Cabinda até á independência," acrescentou.

Afonso Massanga negou a possibilidade da criação de mais uma facção da FLEC.

"Eu acredito que ele vai tentar criar uma nova facção mas o povo de Cabinda já não vai aceitar esta facção mesmo se ele a criar," acrescentou.

Na sua entrevista Massanga disse estar disposto ao diàlogo com o govenro angolano mas disse que de momento não há qualquer sinal que as autoridades angolanas estejam dispostas a iniciar um diálogo com a sua organização.

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