A falta de manuais escolares tem afectado o
nível de desempenho e eficiência do ensino primário na província do
Huambo.
Manuais escolares da reforma educativa, cuja venda foi proibida pelo
Instituto Nacional de Desenvolvimento e Investigação da Educação
(INIDE), estão a ser comercializados em mercados informais do Huambo,
enquanto grande parte das escolas debate-se com falta de livros.
Na praça da Alemanha, por exemplo, os livros da primeira à quarta
classe custam entre 10 a 30 dólares.
O Ministério da Educação havia anunciado disponibilização de trinta e
sete milhões de exemplares para o ano lectivo 2012 nos mais variados
níveis de ensino para serem distribuídos de forma gratuita nas
escolas.
Mas no Huambo os encarregados de educação disseram a Voz da América
que as escolas obrigam os pais a comprarem os manuais em mercados
informais mesmo sendo proibida a sua comercialização. Alegam haver
falta de seriedade no processo de distribuição dos livros.
Lídia Nunes tem uma filha que este ano frequenta a terceira classe.
Disse que, já no ano passado, a sua filha não recebeu nenhum material
escolar.
"Não percebo como é que, sendo um material indispensável para educação
da criança, chega tardiamente ou nunca."
Lídia informou ainda que uma importante proporção das crianças que
entram no sistema, permanecem nele por um período acima do que seria
desejável.
Para este resultado, segundo a fonte, muito contribui a incapacidade
das famílias de adquirirem o material escolar.
"Os livros são um atractivo para as crianças, motivam as crianças"
disse Lídia, alegando que "a criança tem um caderno normalmente para
fazer os trabalhos, mas o livro já traz figuras atractivas para as
crianças e motivam de alguma forma a aprendizagem," disse
Por sua vez, Manuel Sampaio de Amaral, director Provincial da Educação
no Huambo, disse que província já recebeu cerca de 3 milhões de livros
que serão distribuídos em escolas, alegando que nenhum encarregado de
educação é obrigado a comprar os manuais.
Aquele responsável admitiu a circulação dos livros nos mercados
informais, afirmado que tal transcende as competências da Educação.
Quem deve actuar - disse à Voz da América - é a polícia económica para
identificar a origem dos produtos.
"Acredito que estes manuais não saem dos nossos armazéns para estes
locais, acredito que eles adquirem a partir do local de produção."
Para ele o aproveitamento escolar do ano passado foi mais de 70 por
cento e reconhece ter havido a falta de livros em 2011,
responsabilizando as estruturas centrais que, segundo ele não enviaram
material suficiente.
A falta de manuais escolares está a afectar a qualidade do ensino naquela província angolana.