O Fundo Monetário Internacional (FMI) quer que o governo angolano reduza os subsídios aos combustíveis e adopte o que chamou de política salarial moderna para os funcionários públicos.
A sugestão está contida num comunicado emitido aqui em Washington na sequência da visita a Luanda do director-geral adjunto do FMI.
Sem mencionar a recente crise no Banco Espirito Santo Angola, BESA, o director ajunto do FMI disse ser importante que o governo angolano prossiga os seus esforços para continuar a fortalecer o sector bancário.
É também importante, lê-se na declaração, que o governo continue a fazer esforços para a boa governação e o respeito pelo primado da lei.
Naoyuki Shinohara disse que para o governo angolano aumentar a mobilização de rendimentos internos deve melhorar a administração dos rendimentos e restringir o crescimento dos gastos através da adopção de uma política moderna de salários para os funcionários públicos e redução dos subsídios a combustíveis que descreveu de “dispendiosos e regressivos”.
Para contrabalançar isso o director adjunto do FMI propôs que o governo angolano aumente “os mecanismos para proteger os pobres e melhore a eficiência dos investimentos públicos através de melhor selecção de projectos e monitorização” dos mesmos.
Para além desta declaração, Shinohara falou em Luanda onde abordou também a questão dos subsídios afirmando que eles representam metade dos gastos com a educação, um terço dos investimentos públicos ou 16 vezes o total de gastos com a rede social.
A racionalização desses subsídios, disse ele, permitirá libertar recursos para expandir a rede social angolana
Este director do FMI defendeu também o estabelecimento de mecanismos que permitam aproveitar excedentes orçamentais provenientes das receitas do petróleo para suportar os anos de orçamento deficitário.
Entretanto foi anunciado pela companhia italiana ENI uma nova descoberta de petróleo em águas profundas. Estima-se o total de reservas de 300 milhões de barris situadas a cerca de 150 quilómetros da costa angolana.