O Fundo Monetário Internacional sugeriu que o Governo angolano publique relatórios trimestrais sobre como está a gastar os seus fundos. A proposta surge ao mesmo tempo que um relatório da organização afirma que o crescimento este ano da economia angolana não deverá atingir os 4%.
Uma missão do FMI chefiada por Ricardo Velloso terminou na segunda-feira uma visita de duas semanas para discutir a situação económica em Angola.
Em conferência de imprensa, Velloso saudou os esforços angolanos a nível da disponibilização de informação sobre empresas, contas públicas e mercados, mas disse que a divulgação desses dados poderia ser mais regular, talvez trimestralmente, para que “se faça não só um acompanhamento dentro do Governo mas também fora dele sobre como estão a ser feitos os gastos públicos”.
Por outro lado, numa declaração escrita e publicada em Washington, Velloso disse que o crescimento real de Angola este ano deverá moderar-se para 3,9 % devido ao abrandamento da expansão da produção agrícola e à queda temporária da produção de petróleo na primeira metade do ano.
No próximo ano o crescimento da economia angolana deverá acelerar para 5,9%.
A inflação, por outro lado, continua em queda mais rápida do que previsto e caiu abaixo dos sete por cento entre Maio e Junho deste ano, diz a declaração.
Pauta Aduaneira
A nova pauta aduaneira deverá contudo fazer aumentar a inflação para 7,5%.
O FMI é de opinião que isso deverá dinamizar a produção doméstica mas diz ser importante rever periodicamente e retirar gradualmente essas protecções aduaneiras.
O FMI recomendou também uma atitude fiscal mais cautelosa por parte do Governo angolano para limitar o aumento das necessidades de financiamento e para que a riqueza do petróleo seja poupada para gerações futuras.
A organização disse ainda que será importante para Angola desenvolver um fundo de estabilização de petróleo com regras claras de depósitos e levantamentos.
As reservas cambais angolanas são boas. Em Maio deste ano estavam avaliadas em 31 mil e 200 milhões de dólares.