O Presidente dos Estados Unidos prometeu aos 13 dissidentes cubanos com os quais se reuniu nesta terça-feira, 22, em Havana que continuará a denunciar "decididamente" as violações de direitos em Cuba, mas que a permanência da política de isolamento dificultará qualquer mudança na ilha.
No seu último acto público antes de deixar Havana com destino a Argentina, Barack Obama ouviu dos activistas dos direitos humanos como são perseguidos e presos pelos autoridades cubanas.
Berta Soler, líder da organização Damas de Branco, uma das activistas mais reconhecidos no país, disse à VOA não esperar mudanças porque o regime de Havana não quer.
"Há pessoas aqui que foram detidas. Algumas no passado, outras muito recentemente. E como tenho dito de forma consistente, a nossa política com relação ao envolvimento com Cuba não é simplesmente eu me reunir com o presidente Castro ou as relações entre os governos. Nós queremos ouvir o povo cubano”, disse Obama durante o encontro de uma hora e 40 minutos, considerada de positiva pelos activistas de direitos humanos presentes.
Berta Soler, a líder das Damas de Branca, a mais forte e activa organização de defesa dos direitos humanos na ilha, ficou contente por Barack Obama ter ouvido em viva voz as suas críticas ao regime.
“Ele foi receptivo e agora queremos é que tudo seja posto em prática, pelo menos ouviu-nos”, disse Soler que, no entanto, não espera consequências no imediato da visita de Obama a Cuba ou do encontro que manteve com os dissidentes.
“Não penso que haverá avanços porque estamos frente a um Governo totalitário e ditador que não tem nenhuma vontade de mudar a sua política de Estado", reforça a activista, lembrando que tudo leva o seu tempo e o tempo é que dirá se serão colocados em prática, os compromissos e o que realmente desejamos e que dissemos ao Presidente Barack Obama.
Apesar de reiterar que "o tempo é que me dá a esperança”, Berta Soler afirmou que, apenas nesta madrugada, foram libertadas as integrantes da organização detidas no domingo e que estão impedidas de sair das suas províncias.
“Foram detidas, não lhes disseram nada, deram uma carta de advertência dizendo que não podem sair das suas províncias, nem vir a Havana, tentam limitar a sua acção, mas elas dizem que ninguém pode limitá-las”, concluiu aquela que é uma das caras mais conhecidas da oposição ao regime cubano.