A ministra do trabalho de Moçambique, Helena Taipo, fez um ultimato à empresa australiana Kenmar, concessionária do projecto das areias pesadas de Moma no sentido de parar de recorrer à mão-de-obra estrangeira ilegal sob pena de o governo moçambicano lhe aplicar sanções nos próximos dias.
Recentemente um grupo de trabalhadores moçambicanos daquela empresa denunciou a existência de colegas seus expatriados sem vínculo contratual e a receberem salários muito altos comparativamente aos dos nacionais.
O facto ficou confirmado e 51 trabalhadores estrangeiros em situação ilegal ficaram suspensos do projecto.
Helena Taipo entende que Moçambique possui mão-de-obra qualificada para trabalhar no projecto de extracção das areias pesadas sem que a empresa opte em recorrer a estrangeiros.
Taipo falava durante as cerimónias de inauguração do Centro de Formação e Emprego Profissional em Nampula: "Não queremos voltar a encontrar estrangeiros ilegais a substituírem moçambicanos no local de trabalho"- disse a ministra para depois sugerir à Kenmar que use aquele centro para formar os seus trabalhadores.
De referir que devido a várias irregularidades registadas no campo contratual e não só os trabalhadores da Kenmar no projecto das areias pesadas de Moma realizaram uma manifestação em Abril passado.
A empresa Kenmar estaria a recorrer a trabalhadores estrangeiros em situação ilegal.