De mal a pior, assim vai a rádio pública guineense, criada a 36 anos – disse o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores. Aliu Seide, que já foi Director da rádio difusão nacional, convidou o Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, a visitar a RDN, sedeada nas instalações do Estado-maior da Armada guineense, de forma a constatar a real situação que os funcionários estão submetidos.
Recentemente, ainda que se estava na época chuvosa, a RDN não operou durante algum tempo, apenas emitindo a partir do seu centro em Nhacra, há alguns km de Bissau, tudo porque as instalações onde funciona foram inundadas, provocando o curto-circuito que atingiu os materiais técnicos. Na altura, os trabalhadores exigiram a melhoria de condições de funcionamento, evitando maiores riscos de vida. E a respeito, pouco se fez para ultrapassar a situação, adicionada, por outro lado, as constantes interrupções, ora porque não há combustível para sustentar o grupo gerador, ou porque o próprio grupo gerador é que apresenta avarias. Alias, todos os centros emissores regionais estão paralisados, salvo o de Nhacra, graças ao acordo com a Rádio Difusão Portuguesa.
Enquanto o panorama técnico operacional apresenta sinais deploráveis, a nível do pessoal, a rádio Difusão Nacional oferece um outro cenário preocupante, conforme o Sindicato de Base. É que os trabalhadores estagiários encontram-se há 1 ano e quatro meses sem subsídio. E, perante o facto, escolheu-se, entretanto, esta sexta-feira, como um dia de solidariedade para com esta categoria de trabalhadores da RDN. Um evento que vai ocorrer durante duas horas, a frente das instalações da própria Rádio. De referir ainda que Governo é o maior devedor da RDN.
Ainda não há uma reacção sobre estas declarações, mas uma fonte da direcção da RDN revelou-nos que o Governo pondera esta possibilidade nos próximos dias. Governo que, recordo, através da Ministra de Comunicação Social, tinha registado estas preocupações, durante uma reunião geral com os funcionários, sem que ainda haja algum sinal de alívio.