A Fundação 27 de Maio diz que vai realizar este sábado, em Luanda, a primeira de várias manifestações que serão promovidas até que o Governo angolano responda às suas exigências, sobretudo a abertura de um processo jurídico e a atribuição de uma pensão de reforma aos ex-militares.
O presidente da Fundação, Silva Mateus, disse que a manifestação está marcada para às 13:00 no Largo da Independência, local onde todos os sábados os interessados deverão “exigirem a abertura do processo sobre o 27 de Maio, a entrega das ossadas dos comandantes-generais para um enterro condigno e um diálogo incondicional.
“Escrevemos mais de 10 vezes ao MPLA, que é o partido no poder, e nunca fomos respondidos, nem positiva nem negativamente. Estamos saturados disso, por isso resolvemos manifestarmos o nosso descontentamento todos os sábados e apelarmos para que resolvam o nosso problema”, referiu Silva Mateus.
Entre as exigências dos sobreviventes do 27 de Maio constam igualmente a construção de um monumento memorial, a indemnização dos ex-presos políticos e a emissão de certidões de óbitos.
A 27 de Maio de 1977 – data que as autoridades angolanas consideram uma “tentativa de golpe de Estado” contra o primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto –, Nito Alves e José Van-Dúnem, dirigentes do MPLA, o então partido único, foram acusados pela direcção desta formação política de serem os cabecilhas da acção, tendo sido mortas várias pessoas na sequência da repressão ao ato, sem haver até hoje um número oficial de vítimas.
Também neste sábado sai à rua uma manifestação da organização juvenil da FNLA, contra a má governação do país e contra a recente decisão tomada pelo Tribunal Constitucional, que retira ao líder do partido, Ngola Kabango, a sua legitimidade como presidente desta força política, com representação parlamentar.