No Zimbabué, começara a cair as chuvas de verão, mas muitos agricultores não possuem sementes para o plantio, e muitas famílias – em particular no sul do país – passam fome, por que as colheitas do ano passado fracassaram.
Este o tema de um trabalho da correspondente Peta Thornycroft, aqui desenvolvido pelo Paulo Oliveira,
O grupo de direitos humanos sul-africano Solidarity Peace Trust tem acompanhado famílias que passam fome, zona seca do sul do Zimbabué, onde existe pobreza extrema.
Shari Eppel, a directora do grupo, refere que as sementes e os fertilizantes, não existem para produzirem a alimentação básica – o milho.
O ministro das Finanças Tendai Biti reservou verbas para os cem mil agricultores mais pobres, e forneceu subsídios para meio milhão de agricultores vulneráveis, mas as autoridades ainda distribuíram os materiais.
Eppel sublinha que o serviço meteorológico do Zimbabué e a União dos Agricultores Comerciais estão de acordo em que as chuvas serão a abundantes até ao fim deste ano, por isso as pessoas devem proceder agora ao plantio, já que a queda de chuva a partir de Janeiro será pequena.
Segundo ela os inquéritos entre algumas das famílias mais pobres indicam que muitas famílias estão a enfraquecer por falta de alimentos, por que as sementes chegaram atrasadas o ano passado.
A agricultura no governo é controlada pelo partido ZANU-PF do presidente Robert Mugabe, e o ministério não respondeu às perguntas sobre a falta de sementes e de fertilizantes.
Muitos zimbabueanos não obtiveram autorização de trabalho na África do Sul, estando agora a ser deportados.
Eppel indica que a África do Sul deve suspender as deportações por que as famílias são demasiado pobres para se poderem alimentar.