A marinha de guerra indiana resgatou na semana finda dois cidadãos moçambicanos que haviam sido capturados por piratas somális há mais de um ano..
Os moçambicanos integravam uma tripulação composta ainda por um número não revelado de quenianos e tailandeses, sequestrados entre Fevereiro e Março de 2010, num local ainda não conhecido, mas que se admite a possibilidade de ter sido na costa moçambicana.
Trata-se de um novo caso que surpreendeu as autoridades mocambicanas que nao tinham conhecimento de haver outro barco sequestrado pelos piratas somalis aventado-se a hipotese dao barco em que operava ter estado a operar clandestinamente em águas moçambicanas e daí o silêncio dos seus propietários.
Segundo dados disponíveis os dois moçambicanos estiveram cerca de oito meses na Somália sob custódia de piratas aguardando resgate.
Ao fim daquele período e sem que o resgate chegasse os dois foram usados pelos piratas para acções de sequestro a outras embarcações até serem resgatados pela marinha indiana ao fim de cerca de 15 meses fora de casa.
De acordo com informações avançadas nesta quarta-feira pelo Ministro das Pescas, Victor Borges, os dois moçambicanos, naturais de Nampula e Zambézia, foram agenciados pela empresa Navimar e estavam ao serviço de uma embarcação de nome Kayum 227, sequestrada numa zona reservada para a pesca do atum.
Victor Borges disse que as informações do resgate dos dois moçambicanos caíu de surpresa junto das autoridades nacionais, uma vez que até à data da chegada da comunicação, o governo não havia tomado conhecimento de existência de cidadãos nacionais em reduto de piratas somális.
“Nós tomamos conhecimento deste caso com a comunicação do resgate. Desconhecemos porque razões o agenciador não reportou o ocorrido. Neste momento, estamos a trabalhar junto com a Navimar para tratar do regresso daqueles compatriotas e depois vamos prosseguir com as investigações inerentes a este caso”, disse o ministro.
Não foi possível à VOA apurar a identidade dos proprietários do Kayum 227.
Contudo informações avançadas pelo ministro indicam não haver registo ao nível nacional de autorização para que a mesma pratique a pesca de atum nas águas da costa moçambicana, pelo que se aventa a possibilidade de ser uma, de entre várias, que se dedica à pesca ilegal.
“Ainda não temos informações concretas do local onde a embarcação foi raptada. Contudo, não temos registo de autorização para que a mesma faça pesca do atum nas águas nacionais pelo que avançamos duas hipótese: Ou estava a pescar ilegalmente na costa moçambicana ou estava nas águas internacionais”, disse Borges, prometendo investigações profundas para apurar a verdade.
Victor Borges disse estar em curso esforços para o repatriamento dos dois compatriotas, facto que deverá ocorrer, numa data ainda sem previsão e garantiu que a dupla goza de boa saúde.