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Síria: Forças de segurança prosseguem ofensiva em Deraa


Protesto pro-groverno de Bachar al-Assad em Damasco durante um funeral de militares mortos por manifestantes
Protesto pro-groverno de Bachar al-Assad em Damasco durante um funeral de militares mortos por manifestantes

Mais de 500 pessoas terão sido presas desde o início dos protestos, indicam as organizações dos direitos humanos

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os direitos Humanos indicou hoje ter recebido um convite do governo sírio solicitando o envio de uma missão de investigação a repressão naquele país.

Hoje foram ouvidos novamente disparos de armas das forças de segurança, isto no rescaldo de uma operação militar massiva contra os protestos anti-governamentais e que provocou a morte de 25 manifestantes ontem na cidade de Deraa.

Um activista dos direitos humanos sírios disse hoje a Agencia France Press que as forças de segurança continuaram hoje os disparos de armas contra os habitantes de Deraa.

Manifestante sangrando e a ser socorrido depois do confronto com as forças de segurança
Manifestante sangrando e a ser socorrido depois do confronto com as forças de segurança

Segundo Abdallah Abazid a casa de um dirigente religioso de Deraa que se tinha demitido no Sábado em protesto a sangrenta repressão de civis pelas forças de segurança, foi cercada.

Milhares de soldados sírios apoiados por veículos militares foram enviados à Deraa, cidade do sul do país, para controlar a contestação do regime do presidente Bachar Al-Assad.

Pelo menos 25 pessoas foram mortas ontem, de acordo com os activistas dos direitos humanos.

As autoridades sírias que acusam os gangs de criminosos de estarem na origem dos protestos, afirmam que o exército foi enviado a esta cidade a 100 quilómetros de Damasco para acabar com grupos de terroristas extremistas.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos indicou hoje ter recebido uma solicitação do governo sírio para que investigue as causas da violência no país.

O porta-voz de Navi Pillay, Alta Comissária dos direitos humanos, Rupert Colville, disse entretanto que nada estava ainda decidido, e que a proposição de Damasco tinha sido formulada na Quinta-feira passada, véspera das manifestações que foram reprimidas pelas autoridades tendo sido mortas 82 pessoas.

Manifestante destroi com a ajuda de sapato uma fotografia do presidente Bashar al-Assad
Manifestante destroi com a ajuda de sapato uma fotografia do presidente Bashar al-Assad

O funcionário da ONU disse que a sua agência está impaciente para visitar o país e avaliar de forma independente a situação no terreno.

A Casa Branca já condenou o regime de Bachar Al-Assad pela forma como tem reprimido os protestos, mas evita-se em apelar a demissão do presidente sírio. Responsáveis americanos disseram que Washington tem em preparação uma série de sanções contra Assad, sua família e conselheiros mais próximos, com vista a pressionar para o fim da repressão.

Os Estados Unidos estão ainda a concertar posições com os parceiros europeus e as Nações Unidas acerca de opções a seguir.

O governo americano pediu ao pessoal não essencial da sua embaixada incluindo os familiares a abandonarem a Síria, ao mesmo tempo que vai manter aberta a sua representação diplomática para serviços limitados.

Na cidade de Deraa, os residentes disseram hoje a agência de notícias Associated Press, que corpos sem vida ainda se encontravam nas ruas.

A Síria tem impedido a jornalistas estrangeiros a cobrirem os protestos desde o inicio do movimento de contestações que se seguiram as crises políticas no Médio Oriente e no Norte de África.

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