“Abusos do poder em Angola preocupam dirigentes do MPLA", afirmou o secretario do MPLA para Informação, o deputado Rui Falcão, durante uma mesa redonda, realizada na cidade do Namibe.
O político destacou aquela preocupação, quando respondia às inquietações dos militantes, amigos, sociedade civil e populares que aderiram à mesa redonda à volta da temática "Socialismo Democrático", o novo modelo ideológico do MPLA".
António Correia, aproximadamente de 56 anos de idade, um dos militantes e responsável politico do MPLA no bairro mais populoso do Namibe "Cinco de Abril", bastante conhecido, não se coibiu com aquilo que chamou de prisões arbitrárias na província, diante das suas ovelhas, "o eleitorado", protagonizadas, segundo ele, por pessoas de comportamento indecoroso, pertencentes à super estrutura da província, rotulados com a bandeira do partido no poder, cujo os nomes não revelou.
"Muito obrigado camarada primeira secretária Cândida Celeste da Silva, muito obrigado camarada Rui Falcão. Eu tenho uma preocupação a colocar. O MPLA, meu partido, tem-se debatido com o problema de igualdade de direitos para todos. E, essa igualdade, estamos a ver que não é condigna, portanto, não se tem efectivado na prática. Todo o militante enquanto cidadão, todo angolano, devia ter direito a justiça. Mas, o que estamos a ver aqui no Namibe é caricato. Um superior faz “xixi” na rua, ao relento e quando repreendido por um inferior, não olha a meios, prende e solta quando bem lhe apetecer. Esta, é uma situação que tem que se combater e acabar de uma vez por todas aqui no Namibe" frisou.
António Correia, levantou igualmente a problemática da falta de água que nunca mais encontra solução na província. "No bairro onde resido, há muitos anos a população não beneficia do abastecimento e de água potável", lamentou.
Rui Falcão, Secretario do Bureau Politico do MPLA para Informação, ao responder a esta e outras inquietações da plateia, reconheceu haver no país, elevado índice de casos abusos do poder e sublinhou que a democracia em construção em Angola assenta nos princípios da justiça.
"Camarada Correia António! A igualdade é um conceito filosófico, mas também material. Nós, somos iguais quando estamos obrigados a cumprir as mesmas regras, e todos as cumprimos. Será que esta é a realidade do nosso país?" questionou o político.
Rui Falcão foi mais longe e disse "Ainda não. Em Angola temos elevados índices de casos de abusos do poder. Mas, o abuso do poder, combate-se com a democratização. Quer com a democracia social, quer com a democracia de consciência. É isto que o MPLA tem estado a promover, para se acabar com os abusos do poder" disse.
O político disse ainda que o MPLA tem na mira, alguns gestores públicos que praticam injustiças, prevaricam e, depois, se escondem por baixo do chapéu do partido.
"Não há um estado democrático, se não houver um estado de direito. Por isso é que defendemos, que Angola tem de ser um estado democrático e de direito. Onde todos somos iguais perante a lei, sem isenção" assegurou.
Rui Falcão disse também que a direcção do seu partido está atenta. "Alguns hoje, tapam-se com o chapéu do MPLA, cometem erros e fazem deste chapéu o escudo de protecção. Não vamos admitir! Agora, temos que ser em primeira instancia nós, os militantes atirar os chapéus destes camaradas e dizer-lhes que eles têm que sentar lá, no banco dos réus, assumir o crime que cometem, porque estamos juntos, não estamos misturados" defendeu, sob aplausos da plateia.
O deputado Rui Falcão, tem sido um dos oradores do partido no poder que mais arrasta Namibenses de todos extractos sociais da Província para a sala de conferências do partido no poder, durante as dissertações, quer nos Jangos de informação quer, desta vez, na mesa redonda. E desta vez não fugiu a regra, jovens e velhos, militantes, cidadãos comuns e religiosos, arrebentaram pela costura a sala de conferências do partido no poder, para ouvir as boas de Rui Falcão.