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Costa do Marfim: ONU nomeia comissão de investigação de violações dos direitos humanos


Membros de milícias pro-Gbagbo presos pelas Forças Republicanas da Costa do Marfim
Membros de milícias pro-Gbagbo presos pelas Forças Republicanas da Costa do Marfim

França anuncia ajuda de 400 milhões de Euros destinados a estimular a economia e relançar os sectores públicos

O Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas nomeou hoje três especialistas para investigar possíveis violações cometidas depois das eleições presidenciais do fim de Novembro na Costa do Marfim.

As conclusões deverão ser apreciadas na sessão desse órgão da ONU a ter lugar em Junho.

Entretanto a França anunciou hoje que vai atribuir 400 milhões de Euros de ajuda a Costa do Marfim.

O Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas a pedido de um grupo de países africanos tinha decidido há pouco mais de 3 semanas criar uma comissão de investigação internacional independente sobre as violações cometidas na Costa do Marfim.

Hoje o presidente desse órgão, nomeou os três especialistas que deverão inquerir sobre as violações dos direitos humanos cometidas após as eleições presidenciais. Os três investigadores devem reunir-se proximamente em Genebra para discutir as modalidades da missão. A comissão de investigação será presidida pelo tailandês Vitit Muntabhorn antigo relator da ONU encarregue pelos direitos humanos na Coreia do Norte. Outros dois especialistas são Suliman Baldo, sudanês e perito em resoluções de conflitos, e Reine Alapini Gansou, jurista do Benim e presidente da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos.

O presidente eleito Alassane Ouattara está a apelar ao fim das hostilidades depois da captura de Laurent Gbagbo. Num discurso ao país ontem a noite Ouattara apelou e disse que o antigo presidente e a sua esposa e seguidores actualmente presos serão tratados com dignidade e que serão levados a justiça.

Charles Blé Goudé líder dos Jovens Patriotas da Costa do Marfim e pro-Laurent Gbagbo
Charles Blé Goudé líder dos Jovens Patriotas da Costa do Marfim e pro-Laurent Gbagbo

Hoje em Abidjan testemunhas disseram ter ouvidos disparos de armas pesadas, no bairro de Cocody, área residencial de Laurent Gbagbo. As Forças Republicanas da Costa do Marfim que afirmam estar a proceder acções visando a segurança pública, como a recolha de armamentos ainda na posse de apoiantes do presidente cessante, estão também a procura do líder da juventude pro-Gbagbo, Charles Blé Goudé que pensa-se estar em fuga. Segundo o correspondente da Voz da América no local que cita fontes diplomáticas, Blé Goudé viu recusado o seu pedido de refúgio na embaixada angolana na semana passada.

O secretário-geral das Nações Unidas Ban Ki-moon apelou por seu turno para que a Costa do Marfim aproveite a histórica oportunidade para a reconciliação nacional. Ban disse ter falado com o presidente Ouattara e chamou a sua atenção para que não haja retaliações contra Gbagbo e seus apoiantes.

Hillary Clinton Secretária de Estado Norte-americana reagindo a captura de Laurent Gbagbo
Hillary Clinton Secretária de Estado Norte-americana reagindo a captura de Laurent Gbagbo

Do lado dos Estados Unidos, a reacção é da Secretária de Estado Hillary Clinton. Clinton disse que a captura de Laurent Gbagbo deixa claro de que haverá consequências para os líderes que desafiam os resultados de eleições livres.

“Esta transição envia um sinal forte aos ditadores e tiranos através da região e pelo mundo. Podem não ouvir as vozes dos seus povos sobre eleições livres e justas, mas haverá consequências para aqueles que se agarrarem ao poder.”

A França anunciou hoje uma ajuda de 400 milhões de Euros a Costa do Marfim que destina-se a reabrir os serviços públicos e estimular a economia.

A ministra francesa das finanças, Christine Lagarde disse que o fundo será disponível nos próximos dias, logo que os circuitos financeiros e de segurança forem restabelecidos.

A governante francesa disse que a ajuda destina-se a financiar as despesas civis, os serviços públicos e essenciais em Abidjan, e também o pagamento de prestações atrasadas de dívidas as instituições internacionais.

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