O apoio de Angola a Laurent Gbagbo levanta preocupações ao nível nacional. Partido de Renovação Social e observadores nacionais condenam o apoio do MPLA em nome do Estado angolano ao presidente cessante da Costa do Marfim, detido na tarde da última segunda-feira em Abidjan.
O MPLA partido no poder em Angola até então, um dos maiores apoiantes do ex-líder marfinense neutralizado na tarde da última segunda-feira em Abidjan, mostra-se indiferente. O MPLA, partido do executivo angolano, não fez qualquer pronunciamento em relação à detenção de Gbagbo.
Em Luanda as primeiras reacções vêm sobretudo das organizações da sociedade civil e partidos políticos da oposição;
Num comunicado tornado publico esta manhã o PRS, Partido de Renovação Social, a segunda maior força política da oposição em Angola, condena o apoio de Eduardo dos Santos ao antigo presidente da Costa do Marfim. Os renovadores sociais solicitam a Assembleia Nacional a criação de uma comissão de inquérito para se apurarem os rumores sobre a presença de tropas angolanas pró-Gbagbo neste país africano;
O Partido de Renovação Social julga por outro lado que na condução da plataforma diplomática angolana o partido do executivo soma passos negativos que lesam o prestigio de todo povo angolano;
O Conselheiro Especial para a Defesa e Segurança de Laurent Gbabo foi recebido nesta segunda-feira, no Palácio Presidencial na Cidade Alta em Luanda, pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
Kadet Bertin apresentou a dos Santos nesta Segunda-feira o balanço sobre a situação politico-militar actual naquele país africano e manifestou ao chefe de estado angolano a disponibilidade de Laurent Gbagbo negociar uma solução pacífica com Alassane Ouattara.
Na sua estadia em Luanda o enviado de Gbagbo terá desmentido as informações segundo as quais existam mercenários angolanos na costa de marfim a lutarem contra as forças de Alassane Outtara.
Na opinião do académico Celso Malavoleneke o apoio de Angola aGbagbo levanta várias inquietações ao nível internacional. O analista chama atenção às características semelhantes entre Angola e a Costa do Marfim no que respeita aos seus recursos minerais, o que no seu entender pode suscitar cobiça por parte dos países que estão a intervim nos estados africanos em conflito;
Entretanto um especialista em Relações Internacionais considera um fracasso o trabalho da União Africana na mediação do conflito na Costa do marfim. Peter Feijó diz que isto revela a necessidade de uma reformulação do seu papel ao nível do continente africano;
O analista julga que a intervenção da França e a consequente detenção de Laurent Gbagbo é um exemplo claro;
Entretanto, um grupo de organizações da sociedade civil promete realizar uma conferência de imprensa esta quarta feira, pretende se pronunciar sobre uma suposta presença de tropas angolanas na Costa do Marfim e do apoio do MPLA em nome do Estado angolano, prestado à Laurent Gbabo.