O Japão decretou o estado de emergência numa segunda central nuclear danificada pelo abalo de terra de sexta-feira passada, enquanto centenas de milhar de sobreviventes passam uma terceira noite em abrigos improvisados, sem alimentos, aquecimento e electricidade.
O Japão está a viver a sua crise mais grave desde a Segunda Guerra Mundial, afirmou o primeiro-ministro, Naoto Kan, que se encontra sob pressão da imprensa pela reacção demasiado lenta à explosão na central nuclear de Fukushima.
Apesar da forma como descreveu as consequências do sismo de sexta-feira – que terá provocado a morte de pelo menos dez mil pessoas, segundo o novo balanço das autoridades – Kan declarou que está confiante de que o país vai ultrapassar as enormes dificuldades com que se depara.
O primeiro-ministro assegurou que o acidente nuclear no Nordeste do Japão não é comparável ao desastre de Chernobil, de 1986.
A central de Fukushima sofreu uma explosão que destruiu o tecto e os muros das instalações onde se situa o reactor número um. Registaram-se fugas de radioactividade à volta do local, mas as autoridades tentaram acalmar os receios da população afirmando que o reactor não apresentava riscos de fusão e que o nível de radioactividade tinha baixado.
A situação humanitária está a agravar-se de dia para dia. Milhões de pessoas estão sem água, electricidade, casa ou combustível. O Governo está a mobilizar todos os meios para conseguir acorrer às vítimas do sismo de magnitude 9 (o nível foi entretanto revisto) e do tsunami que se seguiu, na sexta-feira.
Mais de 350 mil pessoas estão agora sem abrigo e cerca de cinco mil casas estão destruídas, para além dos mais de 20 mil edifícios que ruíram, de acordo com a agência Kyodo.