Num momento em que o Dia Internacional da Mulher é celebrado em todo o mundo, mulheres quenianas reuniram-se em Nairobi, esta terça-feira, para se manifestarem contra os assassinatos cometidos pela polícia contra familiares e amigos.
Para as mulheres em todo o mundo, no dia 8 de Março, celebra-se o avanço e os progressos obtidos no que toca à igualdade entre os sexos, globalmente falando. Mas, em Nairobi, este dia para as mães, filhas e irmãs das vítimas é tempo de exigir que seja feita justiça aos seus familiares mortos pela polícia queniana.
Nesta terça-feira, uma coligação de mulheres e de activistas dos Direitos Humanos juntaram-se para exigir o fim dos assassinatos extra-judiciais no Quénia, exigindo justiça para as vítimas da violência.
Durante a última década, as execuções policiais tem sido um problema para o sistema judicial do Quénia e para as autoridades oficiais, desencadeando apelos internacionais para que seja posto fim àquela mortandade.
O governo queniano prometeu fazer face à questão, formando comissões para efectuar reformas no seio da sua polícia, polícia que a organização Transparência Internacional qualificou como a terceira mais corrupta instituição em toda a África Oriental, em 2010.
Há poucas semanas, a parlamentar queniana Matha Karua alegou que as execuções sumárias feitas pela polícia queniana aumentaram durante o mandato do presidente Mwai Kibaki. Karu sublinhou que um relatório, organizado pela Comissão Nacional dos Direitos Humanos do Quénia registou perto de 500 casos de execuções sumárias.
A presidente do Centro para a Reforma Social, Alice Wahome, disse, perante os participantes do comício, que as execuções sumárias prosseguem no Quénia.
Wahome, que é também secretária-geral adjunta do do partido NARC, exortou os participantes a unirem-se para exigir os direitos a que todos os quenianos têm direito, ao abrigo da nova Constituição do país.
No dia 20 de Janeiro, a questão das execuções sumárias por parte da polícia voltou à ordem do dia, quando o jornal “Daily Nation” publicou fotos de polícias abrindo fogo sobre suspeitos, em pleno dia, no meio de uma auto-estrada. O ministro da Segurança Interna, George Saitoti, prometeu de imediato uma investigação aquele incidente.
Muito embora, a manifestação de terça-feira, em Nairobi, tenha sido organizada por organizações de mulheres, muitos homens participaram naquele evento.