9 MAR 2011 - O líder líbio Moammar Gadhafi disse que os líbios pegarão em armas contra países ocidentais se eles impuserem uma zona de exclusão aérea no país.
Numa entrevista à televisão estatal turca TRT, Gadhafi afirmou que uma tal movimentação levará os líbios a verem que as reais intenções dos países ocidentais é apreender o petróleo da Líbia.
Por outro lado, Gadhafi em declarações a televisão estatal líbia repetiu a sua reivindicação de que operacionais estrangeiros são responsáveis pelo levantamento contra o seu governo.
Falando a um grupo de pessoas na cidade de Zentan, Gadhafi responsabilizou elementos do Afeganistão, Argélia, Egipto e dos territórios palestinianos pela rebelião.
Tropas leais a Gadhafi atacaram pelo quinto dia a cidade de Zawiya, controlada pelos rebeldes, no âmbito de novos assaltos destinados a recuperar terreno perdido para forças rebeldes. Testemunhas disseram que a cidade, que se situa a 50 quilómetros a oeste da capital, Tripoli, foi fustiga com pesado fogo de morteiros.
Para leste, na sua maioria sob controlo da oposição, aviões líbios efectuaram vários ataques contra posições anti-governamentais ao redor do porto petrolífero de Ras Lanuf, que continua no entanto controlada pelos rebeldes.
Forças anti-governamentais tentam recapturar a cidade de Bin Jawad, 160 quilómetros a leste de Sirte, a terra natal de Gadhafi, depois de terem retirado face ao reforço de tropas governamentais.
Líderes da oposição baseados na cidade de Benghazi sugeriram inicialmente terem feito uma oferta de amnistia a Gadhafi, mas posteriormente negaram que quaisquer negociações estivessem em curso. Um porta-voz do rebelde Conselho Nacional Líbio, Abdul Hafidh Ghoga, disse que o grupo não está preparado para negociar.
Ghoga pediu novamente a potências estrangeiras para imporem uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia colocando efectivamente em terra a força aérea de Gadhafi.
O jornal “The Washington Post”, escreve hoje em manchete, a propósito, que os Estados Unidos ponderam o uso da força contra a Líbia.
Enquanto isso, milhares de trabalhadores imigrantes tentam sair da Líbia e outros mantêm-se encurralados no país, de acordo com funcionários de ajuda internacionais.
Neste contexto, o Alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados, o antigo primeiro-ministro português António Guterres, afirmou no final de uma visita de dois dias a Tunísia que o objectivo primordial da organização que dirige é de que cada trabalhador imigrante que deixe a Líbia possa chegar a casa em segurança e dignidade o mais rapidamente possível.