Economia moçambicana terá em 2016 menor crescimento em 15 anos

Metical, moeda de Moçambique

Peritos da The Economist apontam para um crescimento de 4,8 por cento.

A economia de Moçambique vai crescer apenas 4,8 por cento em 2016 e não 6 por cento como disse anteriormente o Governo.

A opinião é dos especialistas da Economist Intelligence Unit (EIU) que justifica a sua posição com o abrandamento da despesa pública e do investimento e aos impactos das condições climatéricas na produção agrícola.

"O abrandamento previsto reflecte uma diminuição ainda maior na despesa pública, investimento baixo no país e o impacto negativo na produção agrícola da seca e das cheias relacionadas com o fenómeno do El Niño", escrevem os economistas em nota enviado aos investidores.

Por isso, eles apontam para um crescimento real do Produto Interno Bruto de 4,8 por cento, que, a confirmar-se, será a mais baixa em 15 anos.

A evolução média da riqueza de Moçambique para os próximos anos também vai descer de 6,8 por cento para 5,8 por cento nos anos de 2017 a 2020.

Quanto à inflação, os peritos da EIU consideram que vai continuar a enfrentar pressões e a acelerar para quase 13 por cento durante este ano, abrandando para 5,1 por cento até 2020.

Empréstimos secretos

Em Abril, o Fundo Monetário Internacional tinha previsto um crescimento de 6 por cento este ano para a economia moçambicana, enquanto o Governo admitiu que podia chegar a 7 por cento.

Entretanto, esta nova avaliação da unidade da revista The Economist surge depois de terem sido descobertos créditos secretos contraídos por Moçambique no valor de aproximadamente 1,4 milhões de dólares.

Em consequência, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial, o Reino Unido e o G-14, o grupo dos países que fornecem ajuda orçamento ao país suspenderam a sua cooperação com Maputo.

Os Estados Unidos, o principal doador de Moçambique, anunciaram estar a rever o financiamento às actividades no país.