Uma eventual suspensão da assistência dos Estados Unidos a Moçambique terá graves implicações do ponto de vista social porque grande parte da ajuda é destinada à educação e saúde, incluindo o programa de combate ao HIV-Sida.
A advertência é de vários analistas.
Os Estados Unidos, que providenciam cerca de 400 milhões de dólares anuais, anunciaram que irão rever a sua assistência ao país, na sequência da revelação das dívidas ocultadas nas contas publicas.
A maior parte da assistencia americana a Mocambique concentra-se nas áreas de saúde, agricultura, educação, democracia e governação.
O analista Francisco Carmona diz que se a revisão se traduzir numa suspensao prevê “uma situação muito difícil sobretudo nos hospitais, porque Mocambique faz partes dos paises mais afectados pelo HIV-Sisa, malária e tuberculose".
Por seu turno, o sociólogo Francisco Matsinhe afirma que as implicações poderão ser graves, tendo em conta que o número de casos de Sida em Mocambique tende a aumentar.
Entretanto, Paul Fauvet considera que os Estados Unidos se sentem muito orgulhosos por apoiarem a luta contra o HIV-Sida, malária e tuberculose e duvida que possam suspender a assistência a Moçambique.
Estados Unidos ponderam
Os Estados Unidos anunciaram que vão rever a ajuda anual de 400 milhões de dólares que destinam a Moçambique, na sequência da descoberta das dívidas secretas no valor de aproximadamente 1,4 milhões de dólares.
"À luz da actual situação e da nossa responsabilidade perante os contribuintes americanos que providenciam estes fundos, iremos também rever a nossa assistência, em particular qualquer assistência prestada ao Governo central", diz uma nota da embaixada dos Estados Unidos em Maputo enviada às redacções nesta segunda-feira, 9.
O comunicado afirma que os Estados Unidos estão preocupados com a divulgação recente por parte do Governo de Moçambique de milhões de dólares em garantias de empréstimos para a ProIndicus e Mozambique Asset Management.
"Apreciamos os passos iniciais dados por representantes governamentais séniores para clarificar a situação da dívida. Estes são os primeiros passos importantes para restaurar a confiança, mas o Governo deve agora agir rapidamente para prestar contas em público de forma total e transparente relativamente a estes empréstimos e a forma como os fundos foram usados, bem como delinear um plano para mitigar o seu impacto na economia de Moçambique", continua a nota.
Para alcançar estes objectivos, defende a Administração Obama, "é necessário transparência, responsabilização e responsabilidade fiscal. Ecoamos as preocupações dos Moçambicanos que exigem respostas".
O Governo americano, o maior doador de Moçambique, segue a decisão do chamado G-14, integrado pelos países que financiamento o Orçamento Geral do Estado, anunciada na quinta-feira 5.