Os Estados Unidos vão rever a ajuda anual de 400 milhões de dólares que destina a Moçambique, na sequência da descoberta das dívidas secretas no valor de aproximadamente 1,4 milhões de dólares.
"À luz da actual situação e da nossa responsabilidade perante os contribuintes americanos que providenciam estes fundos, iremos também rever a nossa assistência, em particular qualquer assistência prestada ao Governo central", diz uma nota da embaixada dos Estados Unidos em Maputo enviada às redacções nesta segunda-feira, 9.
O comunicado afirma que os Estados Unidos estão preocupados com a divulgação recente por parte do Governo de Moçambique de milhões de dólares em garantias de empréstimos para a ProIndicus e Mozambique Asset Management.
"Apreciamos os passos iniciais dados por representantes governamentais séniores para clarificar a situação da dívida. Estes são os primeiros passos importantes para restaurar a confiança, mas o Governo deve agora agir rapidamente para prestar contas em público de forma total e transparente relativamente a estes empréstimos e a forma como os fundos foram usados, bem como delinear um plano para mitigar o seu impacto na economia de Moçambique", continua a nota.
Para alcançar estes objectivos, defende a Administração Obama, "é necessário transparência, responsabilização e responsabilidade fiscal. Ecoamos as preocupações dos Moçambicanos que exigem respostas".
A Governo americano, o maior doador de Moçambique, segue a decisão do chamado G-14, integrado pelos países que financiamento o Orçamento Geral do Estado, anunciada na quinta-feira 5.
A decisão surge depois do Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial e Reino Unido terem suspendido a ajuda a Maputo.
No total, são cerca de 1,4 mil milhões de dólares que não constavam nas contas públicas moçambicanas.
O Governo de Maputo reconheceu as dívidas e a oposição quer que o Presidente Nyusi vá ao Parlamento explicar o assunto.
A Procuradoria-Geral da República anunciou a abertura de uma investigação sobre os empréstimos.