Lázaro Cardenas Sierra combateu em Angola durante a guerra civil, regressou, posteriormente, como adido militar cubano em Luanda, e passou os últimos 10 anos a reunir material para publicar no seu livro "Angola e a África Austral: Apontamentos para o processo negocial para a paz (1976-1992)".
O livro foi apresentado ao público, esta quinta-feira, na Casa de Angola, em Lisboa, e numa entrevista à Voz da América, Cardenas afirma que a presença militar cubana em Angola foi "muito importante" para a paz na região.
Atribui a Resolução 435 do Conselho de Segurança da ONU (que serviria de base para a independência da Namíbia) à diplomacia angolana e às vitórias militares sobre os sul-africanos em Angola.
Mas, dito isso, rejeita a ideia de que sem os militares cubanos não teria havido paz em Angola. "Dizer que se Cuba não estivesse poresente não havia paz, nem a independência da Namíbia seria um pouco pretensioso da minha parte", disse Cardenas à VOA, salientando que, "Cuba fez o que tinha que fazer".
"Penso que a presença [cubana] desempenhou um papel importante e ,pessoalmente, sinto-me orgulhoso de ter participado", declara o veterano internacionalista cubano.
O livro tem mais de 800 páginas sobre a guerra civil angolana, e sobre o papel cubano na mesma, mas o seu autor rejeita que a obra seja uma tentativa de justificação política da participação cubana no conflicto angolano.
"A minha intenção é realçar as verdadeiras raízes históricas das perpspectivas de paz que se produziram na África Austral, primeiramente em Angola e na Namíbia e depois, também, na Áfrfioca do Sul," disse, concluindo: "Não tento justificar política nenhuma. O que eu tento é narrar factos, aquilo que aconteceu".
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