ONU: Palestinianos apostados num lugar de pleno direito

  • Eduardo Ferro

ONU: Palestinianos apostados num lugar de pleno direito

O líder palestiniano Mahmoud Abbas afirmou que vai apresentar oficialmente na sexta-feira a candidatura palestiniana a um lugar de pleno direito nas Nações Unidas.

O líder palestiniano Mahmoud Abbas afirmou que vai apresentar oficialmente na sexta-feira a candidatura palestiniana a um lugar de pleno direito nas Nações Unidas.

Prosseguem entretanto os esforços diplomáticos por parte dos Estados Unidos e da União Europeia para reatar as conversações de paz israelo-palestinianas e evitar uma confrontação política na ONU.

O denominado “quarteto para a paz”, composto pelos Estados Unidos, União Europeia, Rússia e Nações Unidas, está a tentar encontrar modos de reatar aquelas conversações.

Discursando perante ontem em Nova Iorque o chefe da diplomacia francesa, Alain Juppé, salientou que o actual estado de coisas entre Israel e os palestinianos é inaceitável e poderia levar a uma explosão de violência.

Referiu igualmente que uma tentativa dos palestinianos no Conselho de Segurança, para a sua aceitação como membro de pleno direito da ONU, seria derrotada pelo veto dos Estados Unidos e só causaria mais frustração.

“Se os palestinianos forem ao Conselho de Segurança, a resolução não passará certamente. E sabemos porquê. Talvez haja nove votos para a aprovar a resolução e, nesse caso, o governo americano já anunciou que exercerá o direito de veto",disse Juppé.

O líder palestiniano, Mahmoud Abbas, está entretanto a realizar hoje conversações com o presidente francês Nicolas Sarkozy e com o chefe da diplomacia britânica William Hague tentando promover as pretensões palestinianas.

Abbas manteve enquanto isso o silêncio relativamente à proposta feita ontem pelo primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, para um encontro em Nova Iorque para recomeçar com as negociações.

Os palestinianos poderão entretanto evitar a votação no Conselho de Segurança e tentar melhorar o seu actual estatuto de observador na Assembleia Geral da ONU.

Desse modo poderiam levar Israel ao Tribunal Penal Internacional por causa de questões tais como a dos colonatos judeus na margem ocidental do Rio Jordão.
Contudo o vice-ministro israelita dos negócios estrangeiros, Danny Ayalon, advertiu que Israel poderia ripostar com os seus próprios casos tais como acusações de terrorismo ou de violações dos direitos humanos por parte da facção radical palestiniana Hamas que controla a Faixa de Gaza.


“ Gostaria de salientar que estamos prontos a cooperar e a negociar com os palestinianos e chegarmos a uma solução. Tem que ser bilateral. Qualquer tentativa para levar o assunto a fóruns internacionais, aqui, em Haia ou em Genebra, não passará de uma futilidade”, disse Ayalon.

A secretária de estado americana Hillary Clinton prossegue entretanto as suas conversações bilaterais em Nova Iorque tentando obter apoio para os esforços do “quarteto para a paz” para o recomeço das conversações israelo-palestinianas.

“O único modo de encontramos uma solução duradoura é através de negociações directas entre as duas partes e o caminho para essas negociações passa por Jerusalém e Ramala e não por Nova Iorque”, declarou Clinton.

Numa reunião com o ministro turco dos negócios estrangeiros, Ahmet Davutoglu, a chefe da diplomacia americana apelou a Ankara para manter a porta aberta no que se refere a melhorar as relações com Israel.

Essas relações deterioraram-se recentemente depois de forças israelitas terem morto 9 cidadãos turcos quando interceptaram barcos transportando auxilio e que tentavam furar o bloqueio israelita à Faixa de Gaza.